Uma das mais conhecidas fábricas têxteis moçambicanas, a Riopele, vai voltar a funcionar a partir de sexta-feira, décadas após a paralisação, resultado de um investimento de mais de 30 milhões de euros, disse à Lusa um dos responsáveis pelo empreendimento.

Segundo Salimo Abdula, presidente da Intelec Holdings, uma sociedade moçambicana que opera em diversos ramos, a reativação da Riopele, localizada no distrito de Marracuene, província de Maputo, sul do país, resulta de um consórcio entre a sua firma e as empresas têxteis portuguesas Mundotêxtil, Mundifios e Crispim Abreu, que adquiriam o património da fábrica moçambicana.

“Queremos ter todo o ciclo industrial fechado e todo o pessoal formado para lidar com esta atividade”, disse Abdula, enfatizando que, na primeira fase, do projeto, a Riopele irá dedicar-se à fiação de algodão. Depois, adiantou o presidente da Intelec Holdings, a Riopele passará à tecelagem e mais tarde à produção de vestuário, para o mercado interno e internacional.

De acordo com Salimo Abdula, o projeto inclui, numa fase posterior, um empreendimento agroindustrial para a produção de algodão que será usado na fábrica têxtil. A operação que começa na sexta-feira irá empregar 750 pessoas, devendo o número de trabalhadores atingir os sete mil, quando todo o ciclo de atividade definido para a Riopele estiver em pleno, afirmou Abdula.

A inauguração da nova fábrica da Riopele contará com a presença do Presidente moçambicano, Armando Guebuza. A Riopele, como a maior parte do tecido empresarial moçambicano, ficou paralisada devido aos 16 anos de guerra civil que assolaram Moçambique até à assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

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