O Banco de Portugal oficializou que já tem completa a equipa que vai comandar o Novo Banco, confirmando que Eduardo Stock da Cunha será o novo presidente e acrescentando que leva consigo para a área financeira Jorge Cardoso, da Caixa Geral de Depósitos, e mais dois ex-administradores do BCP: Vítor Fernandes e José João Guilherme. Contando as experiências passadas, quase toda a concorrência do Novo Banco está representada na nova administração: Santander (onde Eduardo Stock da Cunha esteve quase 20 anos), CGD, BCP.
No currículo da nova administração fica de fora apenas o BPI, que em círculos restritos tem sido apontado como potencial comprador do Novo Banco.
No comunicado que foi publicado na tarde de domingo, o Banco de Portugal explica o convite a Eduardo Stock da Cunha pela sua “longa experiência de sucesso no setor financeiro, tanto nacional como internacional”, e encarrega-o de “formar e liderar uma experiente equipa motivada para o projeto de desenvolvimento e criação de valor para o banco”.
A restante equipa também é apresentada, nome a nome, valorizando a experiência de cada um:
“O Dr. Jorge Freire Cardoso, até aqui administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tem uma carreira distinta na área da banca de investimento, tendo sido anteriormente presidente da comissão executiva do Caixa – Banco de Investimento. O Dr. Vítor Fernandes foi administrador do Banco Comercial Português, da Caixa Geral de Depósitos e CEO da Seguradora Mundial Confiança. Quanto ao Dr. José João Guilherme, após cessar as suas funções como administrador do Banco Comercial Português e de CEO do BIM – Banco Internacional de Moçambique, dedica-se atualmente à administração de empresas não financeiras.
A sua missão será vender e em pouco tempo. Alguns elementos da nova equipa vêm com suspensão dos atuais cargos, casos de Stock da Cunha e Jorge Freire Cardoso, o que indica claramente que a sua missão está delimitada no tempo ao dia da venda do banco. O novo presidente aguarda ainda uma autorização do regulador britânico (atualmente trabalha no Lloyds com Horta Osório, na área de auditoria), para poder então tomar posse com a restante equipa.
Aliás, segundo o comunicado do Banco de Portugal, “a equipa de gestão entrará em funções logo que concluídos nos próximos dias os procedimentos prévios exigíveis, incluindo a formalização dos acordos de cedência (leave of absence) pelo Lloyds Banking Group (LBG) e Caixa Geral de Depósitos (CGD)”.
O Banco de Portugal conseguiu, assim, resolver no fim de semana a crise de sucessão no banco. E deixa uma mensagem final, sublinhando isso mesmo, em jeito de defesa face às críticas recebidas nas últimas 24 horas: “Desde a resolução do BES, a prioridade do Fundo de Resolução e do Banco de Portugal foi sempre e continua a ser salvaguardar o interesse dos clientes do Novo Banco, dos seus trabalhadores e do sistema financeiro. Tal exige que num prazo tão curto quanto razoavelmente exequível, o Novo Banco passe a contar com uma estrutura acionista estável e que garanta o desenvolvimento de um projeto criador de valor para a instituição, para os seus trabalhadores, para o sistema financeiro e para a economia nacional”.