Apesar de desvalorizar o número de queixas apresentadas pelos professores relativamente à ordenação nas listas da Bolsa de Contratação de Escola (BCE), o ministro da Educação Nuno Crato garantiu que todas as queixas serão analisadas. Sem responder diretamente ao pedido de cancelamento do concurso, o ministro disse que “as contratações vão continuar” e que “estão a ser resolvidos os problemas das escolas”. As declarações foram proferidas na noite de quarta-feira numa conferência de imprensa a partir do Ministério da Educação e Ciência.
Perante as questões dos jornalistas sobre as queixas dos professores, Nuno Crato respondeu: “Não diga professores, diga alguns professores”. “Houve algumas queixas, de alguns professores e de alguns sindicatos”, continuou o ministro, acrescentando que a Bolsa de Contratação de Escola serve necessidades residuais do sistema, tentando mostrar que a quantidade de reclamações seria diminuta. Mas os sindicatos falam de centenas de casos de contratação especial e mobilidade com irregularidades.
Esta tarde a Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) esteve reunida com os sindicatos, mas não quis prestar declarações aos jornalistas. À saída da reunião, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) Mário Nogueira disse que a DGAE culpava as escolas e os diretores pelos erros na ordenação dos candidatos. Mário Nogueira voltava a reforçar que na ordenação dos candidatos não tinha havido uma correta ponderação de 50% dos fatores “graduação profissional” e “avaliação curricular”. O Observador também fez as contas e mostra-lhe alguns dos exemplos aqui.
Em comunicado de imprensa, a Plataforma de Sindicatos de Professores disse o Ministério da Educação, através da DGAE, garantia que todos os erros, irregularidades e ilegalidades que venham a ser confirmados no âmbito dos concursos de professores para Mobilidade Interna e Contratação Inicial/Reserva de Recrutamento seriam corrigidos, mas a DGAE nega que tenha existido qualquer desrespeito pela lei no que diz respeito à BCE. Face a esta situação, as organizações sindicais de professores irão requerer a impugnação ou anulação do concurso para as BCE em tribunal e sua repetição no pleno respeito pelo disposto no decreto-lei regulador do concurso, conforme refere o comunicado.