Mais de duas mil cidades de todo o mundo, quase 30 em Portugal, juntam-se, no domingo, à Marcha Global pelo Clima, iniciativa que partiu dos EUA, para alertar contra a falta de mudanças para enfrentar as alterações climáticas.

Durante o fim-de-semana, a região de Lisboa apresenta nove ações, entre marchas, no Rossio (domingo), “Lisboa Ciclável” no Terreiro do Paço (hoje), já com centenas de participantes inscritos, e que integra a Semana Europeia da Mobilidade, ou o Movimento Certo 2014, no Areeiro, segundo a informação disponível no site da organização internacional.

No Porto estão previstas duas iniciativas, e Braga, Coimbra, Leiria, Lagos, Tavira ou Faro são outras cidades que constam do roteiro da Peoples Climate para uma “marcha” em todo o mundo a chamar a atenção dos responsáveis políticos, mas também de cada um dos cidadãos, para a necessidade de avançar medidas e mudar comportamentos em defesa do planeta.

Trata-se de encontrar uma solução para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, causadoras do aquecimento global e das alterações climáticas, e começar a combater também o elevado consumo de recursos naturais, como as florestas.

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Entre as cidades que vão ter as suas marchas estão Londres, Berlim, Nova Deli, Melbourne, S.Paulo, Dublin, Seul, Joanesburgo ou Istambul.

De 150 países, vão chegar a Nova Iorque as preocupações e os pedidos dirigidos à Organização das Nações Unidas (ONU) que realiza uma cimeira de chefes de Estado e de governo, na terça-feira.

Esta reunião, em que vai participar o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, pode ser um importante passo para chegar ao Acordo de Paris, para travar as alterações climáticas, a assinar em dezembro de 2015.

Em Nova Iorque, na marcha popular pelo clima, a portuguesa Quercus será uma das quase mil associações que responderam à chamada para uma “forte mobilização”, entre organizações que vão além dos ambientalistas e integram entidades religiosas, sindicatos ou representantes de setores económicos.

Em 2009, em Copenhaga, quando os países quase assinaram um novo acordo pelo clima, outra marcha juntou cerca de 100 mil pessoas e desde ai não voltou a acontecer uma mobilização tão forte como aquela agora preparada para Nova Iorque.

A meta da cimeira especial da ONU é assinar um novo tratado, em Paris, e até lá, realiza-se esta cimeira e a conferência em Lima, no Perú, em dezembro deste ano.

O protocolo de Quioto está “enfraquecido”, só com o compromisso de redução de emissões de gases com efeito de estufa, para 2020, dos países desenvolvidos europeus, ficando de fora outros como EUA, Canadá, Japão e Rússia.

“Temos de continuar a tentar”, salientou Francisco Ferreira, da Quercus, pois reduzir o consumo e pegada ecológica, destruir menos os recursos, usar menos os combustíveis fósseis e apostar mais na eficiência energética e nas energias renováveis “são fundamentais para garantir a sobrevivência do planeta”.