No PSD, usar a luta no PS como arma de arremesso político tem sido prato diário. No CDS… o silêncio. Paulo Portas deu indicações expressas para que o partido não comentasse, não criticasse, não usasse a guerra intestina socialista no combate político. Até que a questão do candidato socialista a primeiro-ministro – e dependendo do resultado, à liderança – fique esclarecida, os centristas não falam.

Ver de fora o partido mais à esquerda dividido deixa os centristas, que olham para as sondagens com receio, mais “aliviados”. A explicação formal, contada ao Observador por dois centristas, é a de que o partido não quer interferir nas lutas internas de outro partido porque, como Paulo Portas costuma dizer, é um “institucionalista”. E garantem que é a única justificação, até porque quando o CDS tem disputas internas, não gosta que os outros partidos interfiram, acrescentam.

Longe da ideia desta ordem de silêncio está uma possível coligação com os socialistas. Diz o mesmo dirigente que nada tem a ver com o boato sobre futuras alianças.

Ainda no início do mês, num dos debates realizados durante as férias do Parlamento, Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, usava a luta interna para apontar baterias diretamente ao PS. “Era importante que os candidatos a líder do PS pudessem dizer ao país o que pensam sobre uma das questões mais importantes para o futuro do país. O que pensa o dr António Costa e o dr António José Seguro da sustentabilidade da Segurança Social?”. Do lado do CDS, nada. Nuno Magalhães preferiu apontar o dedo ao Tribunal Constitucional e dizer dizer aos socialistas para não deixarem a oposição para os juízes, mas nada sobre a luta interna.

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Já no debate sobre justiça, no dia seguinte a um duelo televisivo António Costa-António José Seguro, o deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim, repetia expressões do autarca de Lisboa na véspera para atingir o PS: ora “a paciência evangélica”, ora “a fisioterapia na economia”. Do lado do CDS, nada.