“Este homem não tem consideração por nada nem por ninguém”. Luís Marques Mendes não tem dúvidas: a criação de um novo partido por Marinho e Pinto é um exemplo da “falta de coerência” que o comentador diz não apreciar no eurodeputado português eleito pelas listas do Movimento Partido da Terra (MPT) e que agora decidiu avançar com a criação do Partido Democrático Republicado (PDR), já em outubro.

“Aprecio uma parte de Marinho e Pinto: a sua coragem”, começou por dizer Marques Mendes no seu espaço de opinião pessoal na SIC. Mas, logo de seguida, atacou o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, dizendo que este usou o MPT como “barriga de aluguer”. “Tinha de ‘alugar’ um partido” para chegar ao Parlamento Europeu, considerou o comentador, para quem, com Marinho e Pinto, “a coerência é sempre mandada às urtigas”.

“Sempre que abre a boca cai a máscara”, disse Marques Mendes, que comparou as recentes críticas de Marinho e Pinto ao ordenado dos deputados portugueses e as feitas há meses ao ordenado dos eurodeputados e chegou à conclusão que o fundador do futuro PDR “gosta de esta dos dois lados”.

Se, por um lado, com o seu discurso, Marinho e Pinto pretende aproximar-se do povo português, por outro, acusa Mendes, “mete o dinheirinho no bolso” em vez de seguir o exemplo, citado pelo comentador, de Rui Tavares, que dedicou parte da sua remuneração de deputado europeu à criação de uma bolsa de investigação.

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Luís Marques Mendes comentou ainda os dois pedidos de desculpa provenientes de membros do Governo esta semana: um da ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz pelas falhas do sistema informático Citius; outro de Nuno Crato, ministro da Educação, pelas falhas na colocação de professores contratados. “Achei um bocadinho insólito” o pedido de desculpa de Paula Teixeira da Cruz, admite Marques Mendes. “Quando vi o segundo, pensei ‘oh diabo'”, diz, brincando que apenas “faltou a lagrimazinha ao canto do olho”.

“Não me parece uma boa ideia. Acredito que seja sincero, mas torna-se um bocadinho suspeito”, rematou Marques Mendes, para quem o pedido de desculpa dos ministros “parece ensaiado” e “soa a falso”.