A coreografia “Tempestades”, de Rui Lopes Graça, tem estreia marcada para o dia 17 de outubro no Teatro Camões, em Lisboa. A nova criação marca a rentrée da temporada da CNB deste ano, associada à obra poética da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

“Tempestades” estará em palco entre 17 e 26 de outubro, com coreografia de Rui Lopes Graça, conceção musical de Pedro Carneiro, música de Joseph Haydn, figurinos de Mariana Sá Nogueira, desenho de luz de Nuno Meira, e interpretação musical da Orquestra de Câmara Portuguesa.

De acordo com a CNB, para criar este espetáculo, o coreógrafo Rui Lopes Graça e o maestro Pedro Carneiro inspiraram-se no movimento alemão “Sturm und Drang” (“Tempestade e Ímpeto”), nascido nas décadas de sessenta e setenta do século XVIII. Esta corrente, que se estendeu a várias áreas artísticas, combateu a racionalidade do movimento intelectual do Iluminismo e as regras rígidas do Neoclassicismo francês, defendendo o oposto: as “explosões” de irracionalidade e as emoções “selvagens”. Um exemplo desse movimento em defesa do romantismo extremo e do arrebatamento emocional foi a obra do escritor alemão Johann von Goethe, “Os sofrimentos do jovem Werther”, publicada em 1774. A obra teve grande impacto social na época, de tal forma que chegou a ser proibida nalguns países para evitar uma imitação, nos leitores, do arrebatamento relacionado com o sofrimento amoroso.

Os dois criadores portugueses reúnem agora uma nova coreografia inspirada neste êxtase emocional e a música de Joseph Haydn, composta num estado de alma idêntico. Pedro Carneiro, compositor e maestro, é diretor artístico da Orquestra de Câmara Portuguesa, e o coreógrafo Rui Lopes Graça, atualmente coordenador de projetos especiais da CNB, recebeu em 2012 o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores para melhor coreografia com “Perda Preciosa”, criada em parceria com André E. Teodósio.

A CNB irá realizar um ensaio geral solidário no dia 16 de outubro com a receita a favor da ATACA – Associação de Tutores e Amigos da Criança Africana, a Associação O Companheiro e a Soroptimist Internacional Clube Lisboa Caravela.

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