A Assembleia Geral da SAD do Sporting aprovou na quarta-feira a execução de ações de responsabilidade civil contra a antiga administração, incluindo o ex-presidente Godinho Lopes, pela concretização de negócios prejudiciais para a sociedade.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD leonina informa que foram aprovadas as três propostas de ações judiciais, visando Godinho Lopes, Luís Duque, José Filipe Nobre Guedes e Carlos Freitas, que atual direção acusa de violarem “culposamente os deveres de diligência e cuidado a que estavam obrigados”, causando prejuízos à sociedade.
As propostas foram aprovadas por larga maioria na reunião magna, que se realizou hoje no Estádio José Alvalade, em Lisboa, e na qual esteve presente Luís Duque.
Em causa está a contratação do espano-venezuelano Jeffren e os contratos assinados com o russo Izmailov e o peruano Rodriguez.
A atual administração da SAD considera que na aquisição de Jéffren ao FC Barcelona, em 2011, os antigos administradores ignoraram o alerta dado pelo departamento médico “leonino” da altura, para que o acordo fosse alcançado apenas depois de o jogador ser “sujeito a rigorosos exames”.
“Os administradores em questão violaram culposamente os deveres de diligência e cuidado a que estavam obrigados e, em consequência, causaram à Sporting SAD um prejuízo, cujo montante irá ser concretizado pelos serviços jurídicos competentes para o efeito”, lê-se no documento.
Já no caso de Izmailov, a renovação de contrato com o jogador russo resultou num “aumento exponencial dos custos” da SAD “leonina” e, por isso, foi uma “carecida de racionalidade empresarial”.
“O jogador ainda tinha mais dois anos de contrato em vigor, o jogador tinha sido objeto de diversos processos disciplinares, o atleta tinha problemas físicos recorrentes e o rendimento desportivo do jogador desaconselhava a renovação”, defende a administração liderada por Bruno de Carvalho.
Para a administração da SAD do Sporting, a contratação do defesa central Rodriguez também foi desvantajosa, já que os antigos responsáveis (neste caso Carlos Freitas está excluído) voltaram a ignorar o parecer do departamento médico, que “alertou para as evidentes fragilidades físicas do jogador, quer no que concerne à probabilidade de instalação de uma pubalgia (o que obriga a intervenção cirúrgica), quer no que diz respeito ao seu perfil lesional recorrente”.
A 1 de outubro, a Assembleia-Geral da SAD do Sporting vai deliberar se a sociedade avança para uma queixa judicial contra estes antigos administradores.
Na mesma data, estará também em discussão a autorização para a emissão, com oferta pública de subscrição, de um empréstimo obrigacionista, até ao montante máximo de 30 milhões de euros.