Aloísio e Tiago, de 23 anos, conheceram-se em Lisboa no grupo Dinis & Cruz, onde o primeiro trabalha como designer de moda e para onde o segundo foi estagiar.

“O projeto começou na empresa nos nossos tempos livres, em que aproveitávamos para irmos desenhando umas coisas”, contou Aloísio em entrevista à agência Lusa.

Certo dia, recordou, desafiou Tiago a participarem, em dupla, na plataforma para novos talentos Sangue Novo. E assim foi. Concorreram e foram um dos projetos escolhidos para participar.

Depois foi preciso arranjar um nome. “Pensámos num nome que tivesse tanto uma vertente africana como europeia. Tivemos várias hipóteses, mas nenhum resultava”, disse Aloísio.

Como quando estavam juntos cantavam “muito, mornas e fados”, ficaram Banda. Mas o nome tem mais explicações: “o facto de ele ser da banda de lá, Cabo Verde, e viver na banda de cá; e de eu ser da banda de lá [Seixal, margem sul do Tejo] e trabalhar na banda de cá [Lisboa]”.

Os dois fazem questão de sublinhar que quer o nome quer o projeto foram criados por brincadeira.

“Porque acima de tudo o nosso trabalho é um divertimento, apesar de nos dar imensas dores de cabeça”, disse Tiago.

O Banda é, contudo, para ser levado a sério. “Tudo o que temos feito é de qualidade. Estamos a medir muito bem os nossos passos para que isto possa continuar, se assim o quisermos”, referiu Tiago, acrescentando que “dependendo do ‘feedback’ da ModaLisboa, do público e da imprensa, considera-se se este projeto vai para a frente ou se fica como apenas uma colaboração entre os dois”.

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Ambos têm planos e objetivos, mas preferem esperar por esse ‘feedback’ para depois se lançarem “por outros voos”.

Na sexta-feira são apresentadas na ModaLisboa, no âmbito da plataforma Sangue Novo, dez coleções de jovens designers de moda. Além do Banda, de Tiago e Aloísio, serão desvendadas as propostas de Olga Noronha, Catarina Oliveira, Rua 148 (Elisa Boto e Francisca Veiga), Inês Duvale, Juliana Cunha, Nair Xavier, Cristina Real, Joaquim Correia e Andrea Lazzari.

Tiago Loureiro e Aloísio Rodrigues criaram “Monument”, uma coleção feminina, que parte “da ideia hipotética de uma civilização que acorda no oceano, submersa, e decide percorrer o fundo mar até chegar a uma praia”.

“Desenvolvemos os coordenados como se fossem mutantes, criaturas diferentes e estranhas, que chegaram à terra e tiveram que se adaptar”, adiantou Tiago.

A coleção inclui peças em estilo ‘sportswear’, ‘streetwear’ e ‘casual’, todas “bastante versáteis”, dependendo dos acessórios utilizados.

A título de exemplo, Tiago explica que vão misturar vestidos longos com mochilas, em vez de ‘clutches’.