Bayard Gontijo, que assumiu a presidência interina da Oi após a saída de Zeinal Bava, e Armando Almeida, presidente da PT Portugal, enviaram uma carta aos funcionários da PT Portugal em que ambos garantem estar “juntos com toda a equipa da Oi e da PT Portugal nesta jornada”. Na carta, citada pelo Jornal de Negócios, os administradores sublinham a importância de “reforçar o compromisso da gestão da Oi e da PT Portugal na superação dos desafios que estão colocados”.
Na missiva, o presidente interino da empresa resultante da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom, sublinhou que a empresa portuguesa “tem ajudado muito a Oi no desenvolvimento tecnológico e de processos, assim como a Oi teve a oportunidade partilhar experiências de mercado com a companhia”. Mas a administração vem, com esta carta, tentar “reforçar o compromisso da gestão da Oi e da PT Portugal na superação dos desafios que estão colocados”.
Entre esses desafios estão o “dano sério causado à PT Portugal e à Oi” pelo “episódio” da dívida da RioForte. A Portugal Telecom fez uma aplicação de 897 milhões de euros em papel comercial da RioForte, uma “holding” do Grupo Espírito Santo, cujo não-pagamento levou à revisão dos termos da fusão entre a PT e a Oi. Bayard Gontijo reconhece que este é um “problema real a tratar”. “A gestão da Oi, em conjunto com a gestão da PT Portugal, está a trabalhar arduamente para superar o desafio que nos foi colocado”, pode ler-se na carta citada pelo Jornal de Negócios.
A exposição ao Grupo Espírito Santo levou a que “as companhias sofressem cortes das agências internacionais de ‘rating'”, um problema ainda mais grave tendo em conta o endividamento elevado da Oi-PT. A redução da dívida “exige uma assertiva gestão de capital, incluindo a venda de activos”. Mas Bayard Gontijo diz que a empresa não tomará “ações precipitadas”, numa altura em que o mercado vê como provável que a Oi decida vender os ativos portugueses, isto é, a PT Portugal.
Quanto a essa possibilidade, Bayard Gontijo escreve que “não existe nenhuma decisão visando a alienação de tais atividades, ou de seus ativos em Portugal”, reiterando a mensagem transmitida num comunicado enviado ao mercado na véspera. Os franceses da Altice, donos da Cabovisão e da Oni, já mostraram interesse em comprar a PT Portugal e, depois de terem estado reunidos com o ministro Paulo Portas, já discutiram preços com os acionistas, brasileiros e portugueses, da Oi-PT.