A NATO vai avaliar as situações de insegurança criadas pelas manobras militares russas no espaço aéreo europeu nos últimos dias e tomar as medidas necessárias para acautelar estas ocorrências, disse esta madrugada o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, citado pela Lusa. O governante insistiu ainda na ideia de que o “sistema funcionou”, quando chamado a intervir por parte da NATO.

Em causa está a operação que envolveu esta quarta-feira caças da Força Aérea portuguesa (F16) que escoltaram dois bombardeiros russos para fora do espaço aéreo sob a jurisdição portuguesa.

“Dado que [as aeronaves russas] não estavam a fazer a sua circulação nas condições que são necessárias em termos de tráfego aéreo nacional”, a NATO pediu a intervenção dos F16 que “estão sempre em prontidão na Base de Monte Real”, em Leiria, explicou o governante, repetindo que “o sistema funcionou dentro da normalidade”.

Agora a “situação será objeto de avaliação por parte da NATO e serão tomadas as medidas necessárias para acautelar este tipo de situação. O que importa aqui deixar claro é que o sistema funcionou”, rematou.

Ao Observador, o porta-voz do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o tenente-coronel Ramos Silva voltou a esclarecer que os bombardeiros estavam a voar a 100 milhas da costa ocidental portuguesa, “em espaço aéreo sob a responsabilidade nacional”. Para estarem a voar em espaço aéreo nacional seria preciso estarem até 12 milhas da costa. No primeiro caso o que fica em risco é a segurança do tráfego aéreo. No segundo estaria em causa uma questão de soberania nacional, explicou.

A NATO alertou esta quarta-feira em comunicado para “níveis incomuns de manobras russas no espaço europeu” tendo sido intercetadas nos últimos dois dias 19 aeronaves russas no Oceano Atlântico, Mar do Norte e Mar Báltico. Desde o início do ano, a NATO já intercetou aviões russos em 100 ocasiões, o triplo do registado em 2013

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