Os técnicos de diagnóstico e terapêutica começaram esta sexta-feira, às 00h00, a cumprir o primeiro de dois dias de greve nacional, uma paralisação que deverá afetar exames médicos, análises e até cirurgias programadas.

O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde exige a revisão da carreira, contesta a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclama da sobrecarga de trabalho, devido à falta de substituição de funcionários que se foram aposentando.

O presidente do Sindicato, Almerindo Rego, disse à agência Lusa que o pré-aviso da greve, marcada para hoje e para segunda-feira, abrange cerca de 10 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do ensino superior e do especial do Ministério da Educação, assim como serviços de saúde do Ministério da Defesa e serviços forenses e de investigação do Ministério da Justiça.

Almerindo Rego reconhece que é no SNS que o impacto da greve será maior, afetando serviços como radiografias, análises e outros exames de diagnóstico, podendo levar até ao cancelamento de cirurgias programadas.

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O sindicalista salienta, contudo, que “nunca será posta em causa a vida dos doentes”, aludindo ao cumprimento de serviços mínimos.

Sobre os motivos da greve, o Sindicato frisa que a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo com o atual Ministério da Saúde, Almerindo Rego disse que as negociações “foram bloqueadas” em junho, porque o Governo só pretenderia resolver a questão se isso não implicasse gastar mais dinheiro.

“Somos os únicos licenciados na área da saúde que não recebemos como tal”, lamentou o presidente do Sindicato, vincando ainda a “sobrecarga de trabalho” a que estão sujeitos os atuais profissionais.

“Lamentamos ter de recorrer à greve, mas face à violência institucional que se abateu sobre os profissionais que representamos só temos que atribuir as responsabilidades das consequências desta luta a um Governo que não nos respeita”, refere o Sindicato.