O BPI admite processar o Estado e o Banco de Portugal caso o Novo Banco seja vendido muito abaixo dos 4.900 milhões de euros que o Fundo de Resolução injetou na instituição. “É uma questão muito sensível”, disse Fernando Ulrich, acrescentando que, em alternativa à medida de resolução aplicada ao BES “preferia a solução do Partido Comunista, que era a nacionalização do banco. Essa tinha sido melhor para nós”.

As declarações de Fernando Ulrich foram proferidas na noite de quinta-feira, no programa “Quadratura do Círculo” da SIC Notícias.

“Agora vou ser muito egoísta e puxar a brasa aos interesses que defendo. Eu preferia a solução do Partido Comunista, que era a nacionalização do banco, essa tinha sido melhor para nós”, afirmou o presidente do BPI. Com a nacionalização, “os outros bancos não estavam agora com um risco enorme, de arcar com um prejuízo que pode ser muito significativo”, caso o banco seja vendido com prejuízo.

Se esse prejuízo for mesmo “muito significativo”, Fernando Ulrich diz que é possível que os bancos venham a recorrer à justiça. “É uma questão muito sensível”, reconhece. Mas se o prejuízo for grande, os bancos serão forçados “a litigar com o Estado e o Banco de Portugal”.

O presidente do BPI aproveitou também para, como já tinha feito António Vieira Monteiro, do Santander, criticar o depósito lançado pelo Novo Banco no dia 31 de outubro. Um depósito que paga juros mais elevados do que a média dos depósitos em Portugal. A atual gestão “deveria estar focado em vender os seus ativos”, afirmou Ulrich.

 

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