O surto de Legionella que está a afetar Vila Franca de Xira é uma “situação inesperada e muito pouco frequente” e a dificuldade em detetar o foco da infeção “é proporcional” à dispersão geográfica, de acordo com especialistas. A é responsável pela Doença dos Legionários, uma pneumonia grave, cuja infeção se transmite por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada.

Contactado pela Lusa, o professor de Saúde Pública Adalberto Campos Fernandes afirmou que se trata de “uma situação inesperada e muito pouco frequente” e mostrou-se expectante de que “o inquérito epidemiológico feito pela Direção-Geral de Saúde (DGS) permita identificar a origem do surto”. Até às 17h30 de hoje, estavam confirmados quatro casos fatais da doença.

Sublinhando que é uma doença que pode levar à morte, o professor da Universidade Nova de Lisboa apelou a que “a população mantenha níveis de tranquilidade”, considerando que “não há nenhum motivo para que se entre em pânico”, uma vez que “a DGS tem tido um comportamento irrepreensível” e que “a resposta assistencial tem sido adequada”.

Também o infeciologista Fernando Maltez destacou que é uma situação de “muita preocupação”, mas defendeu que “a DGS e os organismos oficiais estão a tratar do assunto com máxima responsabilidade, a desencadear os meios necessários para se chegar à causa da epidemia e a acautelar o tratamento adequado para doentes infetados”. De acordo com o médico, “as dificuldades [em detetar a origem da bactéria] são proporcionais às dimensões desta epidemia e à extensão geográfica a que dizem respeito os doentes envolvidos”.

Ou seja, se o surto tivesse afetado mais doentes mas estivesse localizado geograficamente, “seria mais fácil identificar a fonte”, explicou Fernando Maltez, acrescentando que, neste caso, “é preciso encontrar nos indivíduos infetados um traço comum” e, por isso, “torna-se mais difícil”.

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