O membro do Comité Central do Partido Comunista Português e escritor José Casanova morreu, após “doença grave”, segundo uma nota enviada pelo partido, que mais tarde informará acerca do funeral.
Na mesma nota, o PCP comentou que a “melhor homenagem” que pode ser prestada ao antigo diretor do jornal Avante é “prosseguir a luta do seu partido de sempre, o Partido Comunista Português, ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, pelo ideal e projeto comunista”.
Nascido em 1939, no Couço, concelho de Coruche, José Casanova aderiu ao PCP, com 19 anos, e as suas primeiras atividades políticas ocorreram na União da Juventude Portuguesa, na qual chegou a ser dirigente.
Casanova participou nas candidaturas de Arlindo Vicente e Humberto Delgado em 1958. Foi preso pela PIDE em 1960 e condenado a dois anos de prisão, além de ser sujeito às “‘medidas de segurança'” que o forçaram a permanecer cerca de seis anos nas prisões fascistas”, lê-se na nota enviada pelo PCP.
Entre 1971 e 1974, José Casanova esteve exilado na Bélgica, onde desenvolveu atividade partidária, quer entre os emigrantes portugueses, quer com contactos com os movimentos de libertação das ex-colónias: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Com a revolução de Abril de 1974, Casanova regressou a Lisboa e tornou-se membro do Comité Central do PCP dois anos mais tarde e integrou a Comissão Política de 1979 a 2008.
José Casanova dirigiu o “Avante!”, o jornal oficial do PCP, entre 1997 e fevereiro de 2014 e atualmente era responsável pela Comissão Nacional da Cultura do partido.
No seu currículo literário, Casanova conta com os romances “Aquela Noite de Natal”, “O Caminho da Aves” e “O Tempo das Giestas”, bem como com outras obras, nomeadamente o livro sobre Catarina Eufémia, recentemente editado.