O líder parlamentar do PSD confirmou esta quarta-feira o regresso do ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo, que se demitiu devido às investigações sobre vistos gold, às funções de deputado.
“Com certeza que sim. Miguel Macedo é deputado eleito. Estava em exercício de funções governativas e tinha o mandato suspenso. A partir do momento em que essa suspensão deixa de se operar, retoma o seu lugar”, afirmou Luís Montenegro, confirmando o que o Observador já tinha avançado na segunda-feira.
O presidente da bancada “laranja” acabara de se reunir com o seu grupo parlamentar, na Assembleia da República, e dirigia-se, precisamente, para a tomada de posse da sucessora de Macedo, no Palácio de Belém.
Durante a reunião do grupo parlamentar, houve vários deputados a pedir a palavra para elogiar a atitude de Macedo ao se demitir, mostrando também solidariedade com o ex-governante, apurou o Observador, que só deverá sentar-se na cadeira de deputado na próxima semana.
Miguel Macedo foi o quarto ministro a sair do XIX Governo Constitucional, depois de Miguel Relvas, que exerceu o cargo de ministro adjunto dos Assuntos Parlamentares, de Vítor Gaspar, que foi ministro de Estado e das Finanças, e de Álvaro Santos Pereira, que esteve à frente da Economia e do Emprego.
O ex-responsável pela Administração Interna considerou ter ficado com a sua autoridade política diminuída na sequência da Operação Labirinto, uma investigação sobre a atribuição de vistos dourados, apesar de rejeitar qualquer “culpa ou responsabilidade” no caso.
Algumas pessoas investigadas e detidas no âmbito da Operação Labirinto têm relações pessoais ou profissionais com Miguel Macedo. Entre os onze detidos na quinta-feira estão o diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria Antónia Anes, e o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, António Figueiredo.