A atividade económica na zona euro voltou a abrandar em novembro, segundo um dos indicadores avançados mais importantes para os mercados financeiros, o índice PMI da consultora Markit. O dado, divulgado nesta quinta-feira, vem alimentar os receios de que a economia da zona euro irá crescer a um ritmo muito baixo no último trimestre, se é que irá mesmo ter um crescimento positivo.

O índice de gestores de compras (“purchasing managers index”, ou PMI) para o setor industrial deslizou para 50,4 pontos em novembro, abaixo dos 50,6 pontos do mês anterior, contrariando as expectativas dos economistas que, em média, previam que o índice subisse para os 50,8 pontos. Uma leitura acima de 50 pontos indica uma expansão na atividade, muito moderada neste caso.

O indicador “sugere que a zona euro ainda está a debater-se com problemas infligidos por si própria e que a economia da região vai ter uma recuperação dolorosamente lenta”, afirma o economista Christoph Weil, do banco alemão Commerbank, em nota de análise enviada aos clientes.

Para o economista, o indicador reforça a probabilidade de que o Banco Central Europeu (BCE) irá lançar novas medidas de estímulo e, “no final, comprar dívida pública dos Estados-membros em larga escala”. O presidente do BCE, Mario Draghi, reiterou na segunda-feira que o banco central continua pronto para tomar mais medidas não convencionais, que “podem incluir a compra de uma variedade de ativos, entre os quais dívida pública”.

“O crescimento anémico na zona euro fará muito pouco para atenuar os receios do BCE quanto ao risco de deflação”, acredita Christoph Weil. O economista defende, contudo, que mesmo que o BCE avance para um programa de compra de dívida pública isso, por si só, “fará muito pouco para ajudar a economia real”.

 

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