O Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa suspendeu nesta quinta-feira todas as iniciativas de protesto previstas, após a confirmação de uma reunião com o vice-presidente da Câmara, a 2 de dezembro, disse à Lusa o dirigente sindical Fernando Curto. “Vamos esperar até à reunião para depois analisarmos e tomarmos as medidas que forem necessárias”, referiu o presidente da Associação e do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP/SNBP), acrescentando que o protesto previsto para sexta-feira, às 11h00, em frente à Câmara de Lisboa, “fica sem efeito”.

Na segunda-feira, mais de 200 bombeiros e chefes do RSB estiveram em protesto em frente à Câmara, onde pretendiam reunir-se com o presidente, António Costa, ou com o vice-presidente, Fernando Medina, mas o encontro não se realizou.

Ao protesto dos bombeiros por melhores condições laborais, uma hierarquização do dispositivo e mais informação sobre a reorganização dos quartéis somou-se a decisão das chefias do RSB, a partir das 17:30 de segunda-feira, de não atenderem os telemóveis nem utilizarem as viaturas até sexta-feira (21 de dezembro), exceto as chefias que se encontrarem em serviço, o que foi suspenso até à reunião de 02 de dezembro.

“Além de estar em causa o serviço que podemos prestar à cidade, da falta de efetivos que neste momento existe, é toda uma insegurança que existe na cidade de Lisboa, é inquestionável”, afirmou Fernando Curto.

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O RSB pretende que “haja uma calendarização do que a Câmara de Lisboa está a fazer em relação às instalações físicas, aos recursos humanos e às viaturas, e saber se tem intervindo junto do Governo para que desbloqueie a situação não só da recruta, como também da entrada de novos bombeiros”, esclareceu Fernando Curto, referindo-se ao financiamento dos municípios, porque “neste momento as câmaras que têm bombeiros profissionais não têm apoios, não tem verbas, não têm orçamento”.

Os bombeiros também reivindicam estar presentes no Aeroporto de Lisboa. O seu contrato de prestação de serviço termina no final do ano e a autarquia decidiu não concorrer a um concurso público aberto pela ANA – Aeroportos de Portugal: “Ao fim de 50 anos que estamos no Aeroporto de Lisboa, estamos a sair sem uma justificação”, assinalou o responsável.

O sindicalista afirmou que as recentes medidas tomadas pelo município, como a aquisição de equipamentos de proteção individual e de viaturas, assim como a recruta de 50 bombeiros, ainda sem prazo, são “pequenas coisas que não resolvem a situação”.

Relativamente à reorganização do RSB, o vereador da Segurança da Câmara de Lisboa (de maioria socialista), Carlos Castro, assegurou na segunda-feira que “não há qualquer encerramento de quartéis”, mas “uma readaptação do dispositivo com melhores condições para os bombeiros”. Em causa estão os quartéis de Carnide, sem alternativa prevista, da Avenida Defensores de Chaves, que deverá transitar para um espaço no Arco do Cego, assim como o do Rossio, que deverá passar para o Martim Moniz.