A versão portuguesa do Shark Tank só chega em 2015 mas, até lá, o leque de cinco tubarões terá de fazer o trabalho de casa e estudar a dinâmica do reality-show. Barbara Corcoran, a protagonista feminina da edição americana, deu umas dicas em entrevista ao Business Insider.
Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que o Shark Tank é um formato televisivo e, portanto, vive de emoções e de muito ritmo. “Quando estamos a discutir, sabemos que isso funciona em televisão”, explica a empresária que detém a gigante imobiliária The Corcoran Group. “As discussões são boas. Afinal de contas, aquilo é um lago de tubarões. Não é suposto sermos amiguinhos”, explica.
As discussões não são falsas, assegura, porque todos querem fazer os melhores negócios. É preciso estar muito desperto para os candidatos e às suas propostas. “Quando alguém gosta de um negócio, os outros ficam mais alerta. Mesmo que não tenhamos a certeza absoluta que queremos determinado negócio, temos de nadar muito rápido, senão o outro vai agarrá-lo”, conta Barbara.
Ter um raciocínio rápido e uma boa capacidade de argumentação são duas características que um tubarão deve ter para sobreviver neste lago. E as fortunas de cada um dos tubarões também entram em cena no fervilhar da competição. “O Mark Cuban é bilionário, todos os outros são milionários. Ele pode chegar e destruir uma proposta dos outros, sem qualquer problema. Por isso temos de estar bem focados”, exemplifica Barbara Corcoran, fazendo referência ao elemento mais rico do painel de investidores. Barbara admite que, quando Mark Cuban se mostra interessado em algum projeto, os outros ficam imediatamente mais despertos. “Se o Mark diz ‘adoro esta ideia’, os outros automaticamente questionam-se ‘o que é que eu perdi?'”
São onze horas por dia de gravações. Para se ser bem sucedido no Shark Tank, é preciso prestar bem atenção a cada negócio, mas também é essencial conhecer o perfil dos outros tubarões — estudar a maneira de investir, a lógica de pensamento e a forma como olham para determinadas áreas de negócio em detrimento de outras. “O Mark recua muito até perceber que tipo de negócio está o empresário a propor. Ele tem uma noção muito boa do que é que vai fazer o empresário dizer ‘sim’ à proposta e sabe o que é que os outros tubarões vão dizer se estiverem interessados.” Estas noções são parte fundamental do sucesso na maré do programa.
Numa outra entrevista, referindo-se agora aos candidatos a empresários, Barbara considera que a chave do sucesso é “sonhar diariamente” e criar uma boa capacidade de adaptação. “Eu nunca tive um plano de negócio definido. É essencial aprender a superar quando algo não corre como esperávamos”. A empresária de 65 anos diz que os melhores empresários “são sonhadores”. E, sobretudo, “confiam no seu instinto”.