O lucro da PT SGPS diminuiu para 62 milhões de euros até setembro, o que compara com 305 milhões de euros em igual período de 2013, anunciou nesta sexta-feira a empresa. O resultado líquido dos nove primeiros meses da empresa não é diretamente comparável com os dados do período homólogo.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a PT adianta que esta diminuição do resultado líquido reflete “essencialmente uma perda de 338 milhões de euros referente à redução no valor de mercado do investimento na Oi desde maio de 2014” e ao “ganho de 310 milhões de euros apurado na alienação da CTM 2013”. Reflete ainda “outros ganhos líquidos registados nos nove meses de 2013 (126 milhões de euros”, acrescenta.

“Estes efeitos foram parcialmente compensados pelos ganhos registados no âmbito do aumento de capital da Oi” e por “menores perdas em empreendimentos conjuntos registadas pelo método de equivalência patrimonial”, refere a PT SGPS, que detém 25% da Oi.

O resultado atribuível a interesses minoritários foi de 14 milhões de euros no final de setembro, o que refletiu menores lucros dos negócios em África durante este ano, até 05 de maio, data em que estes “foram contribuídos no aumento de capital da Oi”. Desde maio, que a PT Portugal, que detém o Meo e o Sapo, entre outros, é controlada pela Oi, no âmbito do processo de combinação de negócios acordado entre a operadora brasileira Oi e a PT SGPS.

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No que respeita ao lucro consolidado das operações descontinuadas, estes “incluem essencialmente um ganho registado no âmbito do aumento de capital da Oi, no montante total de 701 milhões de euros, parcialmente compensado pelo desreconhecimento de ativos por impostos deferidos relativos a prejuízos fiscais reportáveis, no montante de 208 milhões de euros, registado na mesma data devido à descontinuação dos negócios em Portugal que suportavam o reconhecimento desses ativos por impostos deferidos”.

Excluídos esses efeitos, “as operações descontinuadas apuraram um prejuízo de nove milhões de euros” nos nove primeiros meses do ano, “em comparação com um lucro de 328 milhões de euros” em igual período de 2013. Isto reflete o ganho registado na venda da CTM no ano passado (310 milhões de euros), “parcialmente compensado por determinadas provisões e ajustamentos registados no mesmo período de forma a ajustar o valor contabilístico de determinados ativos para os correspondentes valores recuperáveis”, explica a PT.

“Os custos operacionais consolidados ascenderam a 35 milhões de euros” até setembro devido a “custos mais elevados com serviços de terceiros, relacionados com a combinação de negócios entre a Portugal Telecom e a Oi, e maiores impostos indiretos relacionados com essas despesas”, explica.

A PT SGPS está a ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Terra Peregrin, da empresária angolana Isabel dos Santos, que propõe mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade das ações da empresa portuguesa, ao preço de 1,35 euros por ação.

A PT SGPS detém 25% do capital da Oi que, por sua vez, controla a PT Portugal, que está a ser alvo de duas ofertas: do grupo Altice, que assinou hoje um memorando de entendimento com os CTT para sinergias com a operadora, e dos fundos Apax Partners e Bain Capital, em aliança com a Semapa. A Oi controla cerca de 10% da PT SGPS.