O procurador Rosário Teixeira admitiu, durante os interrogatórios desta semana, que o Ministério Público ainda não tem informações sobre os movimentos que Carlos Santos Silva, um dos arguidos da Operação Marquês – e amigo de José Sócrates – terá realizado nas contas que detém na Suíça, avança o Diário de Notícias (DN), na edição deste domingo.
Carlos Santos Silva está preso preventivamente, tal como o ex-primeiro-ministro, por suspeitas de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção. As informações sobre as suas contas bancárias na Suíça são um elemento importante da investigação. Serão elas que poderão apurar a origem do dinheiro que o empresário detinha naquele país.
De acordo com a perspetiva do procurador, o ex-administrador do grupo Lena não seria corruptor direto de Sócrates, mas “uma espécie de fiel depositário de montantes cujo real depositário era José Sócrates”, diz o DN. O dinheiro chegou a Portugal através do Regime Especial de Regularização Tributária de 2010.
De acordo com as informações que a publicação recolheu, os indícios que foram recolhidos pela investigação – escutas telefónicas e documentação sobre transações bancárias – só permitem suspeitar de movimentos de dinheiro entre os dois amigos. Os indícios que detém apontam para fraude fiscal e branqueamento de capitais.