Círculo Polar Ártico. Neve. Temperaturas negativas. Amplitude térmica anual de 30 graus. A noite no inverno e o dia no verão podem durar 24 horas. Num cenário tão improvável como este, que tal aventurar-se num trenó puxado por cães num percurso de 300 quilómetros com tudo pago?

Este é o Fjällräven Polar, um concurso que vai escolher 20 pessoas de todo o mundo para percorrer de 8 a 11 de abril de 2015 um trajeto que inicia nas tundras da cidade norueguesa de Signaldalen e termina nas florestas ao redor de Jukkasjärvi, na Suécia. O objetivo do programa é “dar às pessoas ‘comuns’, com empregos ‘comuns, a chance de descobrir como a vida ao ar livre pode ser incrível” e que “qualquer pessoa possa viver uma aventura, conquanto tenham conhecimento e o equipamento certo”, conforme explica a página oficial do concurso.

Serão escolhidos dois participantes de diversos países, como Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Reino Unido, Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), Alemanha, Estados Unidos e Hungria. Os portugueses podem participar concorrendo na categoria “Other countries” e disputam dois lugares com os demais países do mundo. E já existe uma portuguesa na corrida.

Apesar das hipóteses parecerem pequenas, o processo de seleção envolve o voto popular: a candidatura mais votada de cada categoria ganha automaticamente uma vaga para a aventura e a outra é escolhida pela organização do evento baseado na criatividade do vídeo de inscrição e no número de votos conseguidos pelo participante no concurso.

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Para candidatar-se, é necessário fazer a inscrição até o dia 12 de dezembro através da página do Fjällräven Polar com um foto ou um vídeo, além de uma breve explicação sobre por que quer aventurar-se no Ártico. Os únicos requisitos para participar são ter mais de 18 anos e estar em boa forma. Após a inscrição, o perfil do candidato estará disponível na página apto para receber votos de todo o mundo.

Caso seja selecionado, o participante receberá gratuitamente todo o equipamento e a roupa apropriada para a aventura polar, além dos bilhetes de ida e volta para o Fjällräven Polar. E prepare-se para ser filmado: o percurso será gravado e divulgado em todo o mundo.

De Sesimbra para o Ártico

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Mónica Almeida está a participar da competição e acredita que o Ártico representa “tudo o que há de selvagem e mais puro na Natureza e no mundo”, diz ao Observador

Certo dia, Mónica Almeida decidiu perguntar no Facebook se alguém lhe oferecia uma viagem em jeito de desabafo, porque lhe apetecia viajar e não tinha dinheiro. Um amigo respondeu-lhe com o link da Fjällräven Polar e desde então começou a sua campanha para participar da aventura no próximo ano. “Tenho chateado todos os meus conhecidos e tenho-lhes pedido para partilharem e chatearem os respetivos amigos para votarem em mim. Tenho publicado em todo o lado no facebook, páginas, os mais diversos grupos e tenho tido feedbacks positivíssimos”, explica ao Observador.

Mónica tem 30 anos, vive em Sesimbra, é bióloga e trabalha com o lobo ibérico. E o que a motivou a tentar aventurar-se no Ártico e tentar algo completamente diferente na sua vida? “Se conseguir ir nesta aventura, farei coisas que nunca pensei fazer na vida: passar uma semana em modo sobrevivência na Tundra Ártica, conduzir sled dogs, conhecer novos habitats, aprender técnicas de sobrevivência em condições extremas com especialistas da área, conhecer pessoas de todo o mundo com o mesmo gosto do que eu, experimentar o equipamento da Fjällräven que parece ser o melhor para estas condições, quiçá ver uma Aurora Boreal. Isto tudo é um sonho, nunca pensei fazer algo assim na vida”, afirma. Caso seja escolhida para participar do Fjällräven Polar, Mónica terá o apoio da “Escola do Mato” para que aprenda técnicas de bushcraft e sobrevivência ao ar livre.

Durante a competição, Mónica já esteve em primeiro lugar, mas perdeu a liderança há poucos dias. “O primeiro lugar está cada vez mais longe e a chance de ser escolhida por votos é cada vez mais remota. A menos que todos os portugueses votem em mim massivamente, só me resta esperar que a organização me escolha como a segunda representante do grupo”.

Ela recomenda outras pessoas a inscreverem-se no projeto, sem medo de dividir os votos. “Toda a fase de competição é estafante, mas penso que tudo vale a pena porque esta é sem dúvida a aventura de uma vida! Não só a possibilidade de passar uma semana na Tundra Ártica em modo de sobrevivência, como a empresa Fjällräven dá todo o apoio necessário. Nós só temos que ganhar e ir! E por isso recomendo toda a gente que goste deste tipo de aventura a inscrever-se!”, incentiva. Se quiser ajudar o sonho de Mónica, pode votar nesta página.