O ministro da Economia do Reino Unido, George Osborne, anunciou nesta quarta-feira que o governo cobrará uma taxa de 25% dos lucros às multinacionais que exerçam a sua atividade económica no território britânico, mas que tributem em outro país. A taxa, popularmente chamada de “Imposto Google”, tem como objetivo evitar que as grandes empresas, sobretudo as da área tecnológica, utilizem as suas estruturas internacionais para declarar o que ganham no Reino Unido em países com regimes fiscais mais favoráveis.

Osborne assegurou que o Estado poderá arrecadar com a taxa cerca de 792 milhões de euros nos próximos cinco anos. Contudo, reconhece o desafio de aplicá-la devido à dificuldade de determinar os lucros de uma multinacional num país, o que implicaria um consenso internacional articulado pela União Europeia. O jornal The Guardian cita o exemplo do Google, que em 2013 teve um lucro de 2.760 milhões de euros no Reino Unido, mas que pagou apenas 16.5 milhões de impostos.

A declaração de George Osborne foi o ponto principal do já tradicional discurso de outono, quando o ministro da Economia do país adianta como será o orçamento do Estado a partir de março de 2015. O conjunto de medidas anunciado nesta quarta-feira tem especial destaque neste ano, uma vez que é o último discurso antes das eleições gerais previstas para o mês de maio de 2015.

Osborne aproveitou o anúncio para divulgar a revisão de crescimento do Reino Unido para 2014, que fechará o ano com 3%, ao invés dos 2,7% previstos anteriormente. O ministro ainda destacou que o país cresce mais do que qualquer outro do G7, grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo: Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido.

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