Esta é a previsão meteorológica para Paris, no dia 16 de agosto de 2050: 40º C. No mesmo dia, no resto da França, são esperadas tempestades violentas. A estimativa foi feita por meteorologistas franceses, que foram desafiados a projetar os efeitos das tendências climáticas atuais.
Ao mesmo tempo que anunciou quarta-feira que o ano 2014 poderia ser o mais quente desde 1880, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) convidou vários meteorologistas do mundo a imaginar um “boletim meteorológico do ano 2050”, por ocasião da conferência sobre as alterações climáticas que está a decorrer em Lima, no Peru. A base de trabalho foi esta: se as quantidades de gases com efeito de estufa emitidos pelos seres humanos continuarem a aumentar, a temperatura média da baixa atmosfera poderia aumentar em mais de 4.ºC até ao final do século XXI, segundo a OMM.
Desta forma, foram feitas previsões para o Peru, para o dia 21 de dezembro de 2050, primeiro dia do verão austral no país. O resultado? Chuvas torrenciais no sul, estado de emergência e acesso proibido ao local emblemático do Machu Picchu.
Procurando ilustrar o impacto sobre a vida quotidiana, a OMM tentou, assim, imaginar o que poderia reservar o futuro em vários países.
Os boletins de meteorologia do ano 2050 para o Peru, França, Vietname, Espanha, Canadá e a Noruega foram elaborados para coincidir com as negociações, conduzidas durante duas semanas na capital do Peru, no quadro da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as Alterações Climáticas.
Estes boletins, apresentados por profissionais conhecidos em cada um dos países mencionados, descrevem cenários fundados sobre o conhecimento científico mais recente e esboçam um cenário do que pode ser o quotidiano nestes países, se a temperatura da Terra aumentar.
Os vídeos, alojados na rede social YouTube (youtube.com/wmovideomaster) têm por objetivo apoiar governos, empresas e a sociedade civil a tomar medidas ambiciosas de luta contra as alterações climáticas, segundo a OMM.
A 20.ª Conferência da ONU pretende definir os alicerces de um pacto mundial contra as alterações climáticas, que se pretende seja assinado dentro de um ano, em Paris.
Cerca de 10 mil pessoas, entre delegações nacionais, organizações não-governamentais e cientistas, participam nesta reunião, em Lima.