O setor privado em Portugal está a criar emprego a um ritmo homólogo de 2,5%, estima o Banco de Portugal, mas mais de um terço desse aumento – 0,9 pontos percentuais – corresponde a estágios profissionais associados às políticas ativas de emprego. Esta é uma conclusão do Banco de Portugal que consta do Boletim Económico de dezembro, publicado esta quarta-feira.

“O nível do emprego privado por conta de outrem apresenta uma tendência globalmente ascendente desde 2013, mantendo-se, contudo, em níveis claramente inferiores aos observados até 2011”, assinala o Banco de Portugal. A instituição calcula que no setor privado os postos de trabalho “estarão a crescer no terceiro trimestre de 2014 cerca de 2,5% em termos homólogos, após 1,6% na primeira metade do ano”. Esta evolução pode verificar-se neste gráfico do Banco de Portugal.

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No entanto, o Banco de Portugal acredita que “o aumento significativo dos estágios profissionais no último ano terá contribuído para o crescimento homólogo do emprego privado por conta de outrem em cerca de 0,9 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2014”. Para chegar a estas conclusões, a instituição cruzou informação proveniente do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, da Direção Geral da Administração e Emprego Público, do Instituto do Emprego e Formação Profissional e do Instituto Nacional de Estatística (INE).

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“No passado recente, as políticas ativas de emprego terão contribuído para a evolução do emprego, em particular por conta de outrem”, constata a instituição liderada por Carlos Costa. “De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, o número de indivíduos que se encontra em estágios profissionais apresenta uma evolução crescente, com particular incidência a partir do último trimestre de 2013”, salienta.

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Impossível para o Banco de Portugal é, claro, estimar qual seria a criação global de emprego se não fossem os estágios profissionais com apoio estatal, mas o cálculo mostra a importância que estes estágios estão a ter para o crescimento dos níveis de emprego total. Além disso, fica a dúvida sobre até que ponto estes estágios levarão a vínculos definitivos ou não.