A Cunha Vaz e Associados (CV&A), que prestava assessoria institucional à RTP, cessou a colaboração com a estação pública no dia 31 de Outubro e não se vai apresentar a novo concurso. Na base da decisão estão “questões de caráter”, disse o presidente da prestadora de serviços de Comunicação ao Observador. António Cunha Vaz, apesar de não se referir a alguém diretamente, acaba por deixar bem claro qual o alvo: “Antes cair de maduro do que de podre”, numa clara alusão ao ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro.
A Cunha Vaz & Associados começou a trabalhar com a administração da RTP pouco tempo depois de Alberto da Ponte ter assumido a presidência do Conselho de Administração (CA) da RTP, em setembro de 2012. A polémica em torno dos direitos de transmissão dos jogos da Liga dos Campeões para o triénio 2015-2018, que resultou na proposta de destituição do Conselho de Administração por parte do Conselho Geral Independente (CGI), um órgão criado pelo modelo implementado pelo ministro que tutela a comunicação social, não é, de forma alguma, alheia a este desfecho.
António Cunha Vaz revelou que foi informado que seria aberto um novo concurso para a prestação de serviços de assessoria pela RTP, mas que a empresa recusou entrar nesse concurso, “a empresa não está interessada”. E volta à carga, dizendo que a CV&A “respeita e tem a máxima confiança no Conselho de Administração e nas Direções de Programas e Editoriais da RTP, mas há outras pessoas que não têm os padrões éticos para trabalhar com a CV&A.”
Contactado pelo Observador o gabinete do ministro Poiares Maduro preferiu não responder.