“O Bloco de Esquerda, se calhar, tem mais influência sobre o Conselho Geral Independente da RTP do que o Governo”, defende Miguel Poiares Maduro, o ministro-Adjunto que construiu um novo modelo de organização e supervisão para a estação pública. Numa entrevista à TSF, este domingo, Maduro assegura que “ninguém retirou confiança política” à administração que era até aqui liderada por Alberto da Ponte e admite que “a lógica do novo modelo” possa ainda não ter sido interiorizada pelos portugueses.

“No novo modelo o Governo não tem qualquer influência ou poder. O Bloco de Esquerda, se calhar, tem mais do que o Governo.”

O minstro argumenta que “o CGI é composto por pessoas que são independentes — acho que ninguém duvida disso”, acrescenta. E, como “não respondem perante o Governo, são inamovíveis, a única forma de esrutíneo público que têm é irem à AR responder perante os parlamentares”, onde está toda a oposição.

Poiares Maduro rejeita que declarações como as de Luís Marques Guedes, ministro da Presidência que disse claramente não ter gostado que a administração da RTP tivesse contratado os direitos da Liga dos Campeões, não têm agora mais valor do que as da oposição – porque o Governo não manda mais na RTP, diz. E sublinha que a saída de Alberto da Ponte não foi determinada por essa razão, mas pelo chumbo do plano estratégico que tinha de apresentar ao CGI, que tem dois membros designados pelo Executivo. “Como o CGI chumbou o projeto estratégico, automaticamente a atual administração dissolve-se”.

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O ministro não arrisca, agora, antecipar quando será substituída a administração, colocando tudo nas mãos do Conselho Independente.

Politicamente, e à beira de um ano eleitoral, Poiares Maduro recusa o risco de eleitoralismo. “Não podemos governar para eleições, temos de governar para gerações futuras”, diz o ministro. “Os portuguese, hoje em dia, fazem um juizo sobre a política diferente. A ideia de esconder as dificuldades é, do meu ponto de vista, falsa. Temos é de ser honestos.”