Madonna está envolta numa nova polémica. A cantora (ou alguém da sua equipa) usou fotografias de dois líderes políticos, Martin Luther King e Nelson Mandela, e também do cantor Bob Marley para promover o novo álbum que será lançado em março de 2015. A fúria dos fãs, que não a pouparam em críticas, deve-se a um facto: as fotografias das três personagens icónicas já falecidas foram editadas de forma a ficarem idênticas à capa do álbum da cantora pop (“Rebel Heart”), isto é, os seus rostos estão envoltos por uma espécie de corda negra.

Cada um dos tweets, que foram publicados na tarde de sexta-feira, são acompanhados por legendas. Na imagem de um Nelson Mandela algo distorcido, pode ler-se “Este coração rebelde lutou pela liberdade”. No caso de Martin Luther King e Bob Marley, a cantora (ou alguém da sua equipa, repita-se) escreveu “Este coração rebelde teve um sonho” e “Este coração cantou sobre ‘um amor'”, respetivamente.

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Entre as principais críticas que entretanto foram feitas, está a de que o ato foi “desrespeitoso” para com o trio em causa. “O motivo porque isto é desrespeitador é porque ela colocou esta espécie de arte/afirmação nas caras daqueles que, de maneira nenhuma, fariam isto a si próprios caso estivessem vivos”, comentou um fã, citado pelo New York Daily. Muitos são os pedidos para que a cantora “pare” com este tipo de marketing: “Para de usar pessoas mortas para promover o teu álbum”, escreveu outro utilizador da rede social Twitter. Há quem ainda a acuse de se estar a comparar aos líderes políticos e ao cantor.

Houve, no entanto, quem escolhesse defender a cantora: “Madonna é um ícone, uma forma de vida, uma forma de pensar, uma forma de fazer as pessoas felizes”, lê-se num dos comentários feitos ao tweet que envolve a fotografia de Nelson Mandela.

O site Vox recorda que a artista de 56 anos tem partilhado nos últimos dias fotografias semelhantes de outras celebridades, incluindo Marilyn Monroe, Salvador Dali, Frida e até a personagem televisiva Homer Simpson. A polémica só se instalou esta sexta-feira, 2 de janeiro, e chegou aos jornais internacionais: Independent, Mirror, New York Daily e Business Insider. O último refere-se às respetivas imagens como sendo “ridículas”.

O New York Daily recorda ainda que Madonna já antes se viu envolta em polémicas. Seja disso exemplo a tournée de 2006, “Confessions Tour”, que contava com um momento polémico, no qual a cantora aparecia em palco recriando uma crucificação. O momento musical provocou a ira de entidades religiosas.

Os tweets que envolvem Martin Luther King, Nelson Mandela e Bob Marley vêm, então, juntar-se aos infortúnios em torno do disco “Rebel Heart”. A estrela de “Like a virgin” viu material por terminar circular ilegalmente na internet, meses antes do lançamento do álbum — ao todo, foram pirateadas 13 demos. Uma onda de publicações não autorizadas que a obrigou a disponibilizar seis canções no iTunes, no passado dia 20 de dezembro.

Recentemente, a artista disse à Billboard Magazine: “Quer dizer, olhe para o que está a acontecer com a Sony Pictures. Este é o tempo em que vivemos. (…) A internet é tão construtiva e útil a aproximar as pessoas, como o é a fazer coisas perigosas e a magoar pessoas. É uma faca de dois gumes”.