Um dos dois reféns japoneses terá sido executado pelo Estado Islâmico depois de ter passado o prazo que o movimento terrorista deu ao Governo japonês para pagar um resgate de 200 milhões de euros. A veracidade do vídeo publicado nas redes sociais está a ser verificada pelas autoridades japonesas, que ainda assim já condenaram a execução. O primeiro-ministro japonês reuniu-se de emergência para debater a situação.
A notícia começou a ser divulgada nas redes sociais pelo Estado Islâmico, refere o Twitter do grupo que monitoriza as atividades terroristas SITE Intelligence Group, que mais tarde confirmou ter visto o vídeo – uma fotografia do jornalista Kenji Goto a segurar a fotografia do que parece ser o amigo decapitado, Haruna Yukawa, enquanto numa gravação de fundo implora que lhe poupem a vida. Na gravação, Kenji Goto revela ainda uma alteração das exigências do EI – a libertação de Sajida al-Rishawi, uma mulher que está presa na Jordânia desde 2005 pela tentativa de um ataque suicida.
https://twitter.com/siteintelgroup/status/558996867250663425
O vídeo não segue o formato habitual do EI – não tem a bandeira preta e branca, a execução não é filmada e não foi disponibilizada em nenhum canal oficial. A veracidade ainda não foi confirmada oficialmente e os próprios apoiantes do grupo terrorista duvidam da veracidade do mesmo. O site Al Furqan, ligado ao movimento terrorista não publicou o vídeo da alegada morte do japonês, ao contrário do que fez no passado em situações semelhantes, nem confirmou a mesma, segundo a Bloomberg.
Yoshihide Suga, número dois do governo japonês, embora condene a possível morte de Haruna Yukawa, considerando-o um “ato de violência abominável”, ainda não confirmou oficialmente a morte. “Um novo vídeo aparentemente mostrando Kenji [Goto] foi colocado na Internet. Estamos a recolher informação.” Yoshihide Suga exige ainda a libertação imediata de Kenji Goto.
Num vídeo publicado na internet no dia 20 de janeiro, o Estado Islâmico dava 72 horas para o governo japonês pagar um resgate de 200 milhões de dólares (cerca de 173 milhões de euros). A ameaça de morte dos cidadãos japoneses surge como um ato de retaliação porque o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, concedeu, no dia 17 janeiro, uma ajuda não militar de 200 milhões de dólares – o mesmo valor do resgate – para as nações a combater o Estado Islâmico.
O governo japonês nunca disse que não pagaria o resgate e afirmou, segundo a Bloomberg, ter tentado contactar os raptores na sexta-feira sem sucesso. Não seria a primeira vez que o Japão pagava o resgate de cidadãos. Em 1999, gastou três milhões de dólares para assegurar a libertação de quatro especialistas em minas que estavam retidos no Quirguistão.