Os combates entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-russos intensificaram-se esta terça-feira em vários pontos da região de Donetsk, no leste da Ucrânia, a poucas horas da cimeira que vai juntar esta quarta-feira em Minsk, os líderes da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França, com vista a encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia e impedir a escalada da guerra naquele país.
A cidade de Kramatorsk, ocupada pelos rebeldes em abril de 2014 e reconquistada pelo exército ucraniano em junho, foi um dos alvos dos ataques desta terça-feira. De acordo com o Guardian, pelo menos sete pessoas (civis) morreram e 26 ficaram feridos durante o ataque com rockets, que também feriu 10 soldados ucranianos.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que esteve a ser ouvido no Parlamento esta terça-feira, acabou por dar a notícia aos deputados, tendo acusado os rebeldes pró-russos dos ataques. E os responsáveis militares ucranianos na região de Donetsk também disseram que os rockets foram lançados a partir de Gorlivka, uma cidade controlada pelos rebeldes pró-russos. Os rebeldes recusaram a acusação de Poroshenko, assegurando que não atacaram Kramatorsk.
“Nós não disparamos contra cidades onde há civis, ao contrário da Ucrânia. Isto é uma provocação”, disse um porta-voz dos pró-russos, acrescentando que “as características técnicas dos lançadores de mísseis impedem de alcançar aquela cidade a partir das suas posições atuais”.
Os conflitos prosseguiram também em Debaltseve, que tem sido um dos piores cenários de guerra nas últimas semanas, por ser um ponto estratégico localizado a meio caminho entre Donetsk e Lugansk, os principais redutos separatistas. O Ministério da Defesa ucraniano disse esta terça-feira que as tropas ucranianas ainda controlam a cidade, depois de na segunda-feira os rebeldes terem dito que tinham cercado 6000 militares ucranianos naquela zona.
Por outro lado, as forças ucranianas lançaram um ataque contra postos de controlo dos rebeldes no sudeste do país, na costa do mar de Azov, para expulsar os rebeldes da cidade de Mariupol.
Os conflitos desta terça-feira mostram que ambas as partes querem assegurar o controlo da maior área possível na véspera da cimeira de Minsk.