O preço do petróleo em Nova Iorque poderá cair até aos 20 dólares por barril este ano, fruto do excesso de produção global e de uma desaceleração da procura. A estimativa é de uma equipa de analistas do Citi, que reviu em baixa a estimativa de preço médio do petróleo em Londres, referência para Portugal, de 63 para 54 dólares.
“O mercado petrolífero deverá atingir o fundo entre o final do primeiro trimestre e o início do segundo trimestre a um preço significativamente inferior à banda dos 40 dólares por barril”, escreve o Citi em nota enviada aos clientes na segunda-feira. A equipa de analistas liderada por Ed Morse diz que “é impossível dizer exatamente onde está o fundo, mas este pode, devido ao excesso de oferta e às questões económicas relacionadas com o armazenamento, descer para menos de 40 dólares no WTI [petróleo negociado em Nova Iorque], talvez mesmo até à região dos 20 dólares durante algum tempo“.
Esta terça-feira, os preços do petróleo estão a cair mais de 1% tanto em Londres como em Nova Iorque. O petróleo norte-americano está a cair 1,44% para 52,11 dólares por barril.
Petróleo em Nova Iorque volta a negociar acima dos 50 dólares
O Citi voltou, neste relatório, a reduzir as estimativas para o preço do petróleo. No início do ano o banco de investimento apontava, no caso do Brent, para que o preço oscilasse, em média, nos 63 dólares por barril em 2015, admitindo um cenário mais negro em que o preço poderia cair para os 55 dólares. Neste relatório, o Citi coloca a previsão central – a mais provável, aos seus olhos – em 54 dólares, ou seja, um valor inferior ao cenário negro que previa no início do ano.
Em Londres, a cotação está esta terça-feira a descer 1,13% para 57,68 dólares, tendo-se afastado do mínimo de 46,59 dólares fixado a 13 de janeiro.
Crude londrino recupera de mínimos do início do ano
O Citi diz que, depois desse fundo que poderá chegar à casa dos 20 dólares, “os mercados devem começar a equilibrar-se, primeiro com uma diminuição da acumulação de stocks e, mais tarde, com um período de redução de inventários”. Mas não é expectável que o petróleo continue a subir, dizem os especialistas.
É certo que “o fornecimento de crude por parte de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como a Venezuela e a Nigéria, irá eventualmente cair, porque cerca de metade da produção petrolífera no mundo não é sustentável com preços abaixo de 50 dólares por barril”. Mas, diz o Citi, “com países como o Brasil, a Rússia e o Iraque a extraírem níveis de petróleo recorde, o fornecimento de petróleo deverá continuar a ser abundante já que com preços acima dos custos operacionais, não há grandes razões para reduzir a produção“.