O investimento das famílias em dívida pública atingiu em termos líquidos cerca de 1940 milhões de euros em janeiro. É o valor mensal mais alto desde pelo menos 1999.

A corrida aos certificados antecipou a alteração das regras de remuneração destes produtos com o corte dos juros pagos pelo Estado a cair de forma acentuada a partir do dia 1 de fevereiro.

De acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal e pelo IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública), as subscrições líquidas de certificados do tesouro ascenderam a cerca de 1470 milhões de euros. Este foi o produto responsável pelo maior volume de investimento.

Os certificados de aforro captaram em termos líquidos 470 milhões de euros em janeiro. Este valor ultrapassa o investimento realizado em julho de 2014, em plena crise do Banco Espírito Santo. Na altura, a procura mensal em certificados de aforro foi a mais elevada desde 1999.

No caso destes produtos, as subscrições brutas totalizaram 646 milhões de euros em janeiro, no entanto, verificou-se igualmente um elevado montante de resgates, da ordem dos 176 milhões de euros. É provável que uma parte do desinvestimento que estava em certificados de aforro, tenha sido desviado para os certificados de tesouro, produto que até janeiro oferecia uma atrativa taxa de juro.

Depois desta corrida o volume de procura destes produtos deverá cair a pique em fevereiro. A remuneração dos novos certificados de aforro, série D, cai cerca de um terço. Quanto à remuneração média dos novos certificados do Tesouro desce 3% para 1,61%.

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