O ex-presidente da RTP, Alberto da Ponte, que tomou a decisão de comprar os jogos da Liga dos Campeões aplaude a decisão do seu sucessor, que assumiu esta quinta-feira que a transmissão daqueles jogos faz parte “do DNA” da empresa e que é um “grande produto televisivo”.

“A posição é estrategicamente correta porque a Liga dos Campeões é fulcral para a RTP”, afirmou ao Observador Alberto da Ponte.

A compra dos direitos de transmissão dos jogos da Liga dos Campeões em novembro, por cerca de 15 milhões de euros, deu origem a uma grande polémica. A decisão foi criticada pelo Conselho Geral Independente, que considerou “uma deslealdade” não ter sido informado da decisão da RTP em se candidatar à aquisição dos direitos de transmissão. O próprio Governo, pela voz do ministro da Presidência, Luís Marques Mendes, censurou o investimento feito pela RTP no atual quadro financeiro. “Os dinheiros públicos, do ponto de vista do Governo, não deveriam ser aplicados” em transmissões de futebol, disse, acrescentando: “Numa empresa que, ainda por cima, tem dificuldades financeiras, e num país que atravessa as dificuldades financeiras que atravessa, não deveria ser o operador público de serviço público a intrometer-se nesse mercado. E foram essas as orientações que o Governo deu quando a responsabilidade era sua”.

O CGI acabou por chumbar o plano estratégico de Alberto da Ponte, não por causa especificamente deste caso, mas porque fez uma avaliação global negativa do documento. Alberto da Ponte acabou por renunciar ao cargo no final de janeiro.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), por seu lado, apoiou a decisão da então administração da RTP.

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