O governo do Mali assinou hoje com grupos armados do Norte do país um “acordo de paz e de reconciliação”, em Argel, para pôr fim à violência, noticiou a AFP.

No entanto, o acordo não foi ainda assinado pela coordenação dos movimentos de Azawad, que inclui vários grupos rebeldes como o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), que pediu um “prazo razoável” para consultar a população que representa.

Este acordo destina-se a concluir as negociações iniciadas em julho de 2014 em Argel, a primeira a reunir todas as partes no conflito no Norte do Mali, onde foi lançada uma intervenção internacional em 2013 iniciada pela França.

Um porta-voz para a coordenação dos movimentos de Azawad explicou, numa declaração, que “um acordo não partilhado com o povo” tem poucas probabilidades “de ser aplicado no terreno”.

Entretanto, um porta-voz da mediação da Argélia adiantou que a presença de representantes da Coligação “singifica que eles aceitam o acordo”.

A mediação argelina tinha apresentado recentemente às partes um novo projeto de acordo, que apela para a “reconstrução do país assente em bases inovadoras, no respeito da integridade territorial, tendo em conta a diversidade étnica e cultural”.

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As diferentes partes em conflito assinaram a 19 deste mês, sob os auspícios da Argélia e da ONU, uma declaração que previa o fim imediato “de todas as formas de violência”.

Os grupos signatários foram o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), o Alto Conselho para a Unidade de Azawad (HCUA, sigla em francês), o Movimento Árabe do Azawad (MAA), o Movimento Árabe do Azawad-dissidente (MAA-dissidente), a Coordenação para o Povo de Azawad (CPA) e a Coordenação dos Movimentos e Frentes Patrióticas de Resistência (CM-FPR).

O Governo maliano e estes seis grupos iniciaram em meados deste mês, em Argel, a quinta ronda de negociações.

As duas partes realizaram, desde julho do ano passado, em Argel, quatro séries de negociações, as primeiras a reunir todas as partes em conflito.

Em 18 de junho de 2013, os mesmos interlocutores concluíram um acordo intermédio em Ouagadougou, no Burkina Faso.

Os grupos ligados à rede terrorista Al-Qaida e inicialmente aliados do MNLA foram excluídos das negociações. Durante mais de nove meses, estes grupos ocuparam o norte do Mali, tendo sido parcialmente repelidos da zona, na sequência de uma intervenção internacional lançada em 2013 pela França.

Em agosto do ano passado, começou a operação “Barkhan” contra o terrorismo na zona do Sahel.

Desde o verão passado, registou-se um recrudescimento dos ataques, nomeadamente ‘jihadistas’, contra as forças do Mali ou estrangeiras, mas também contra alvos civis.

A situação política no Mali é de instabilidade desde que em 2012 o país foi palco de um golpe de Estado.