O Estado vai emitir mais 4.000 milhões de euros este ano do que o inicialmente previsto e reduzir a ‘almofada’ financeira em 2.000 milhões de euros para reembolsar o FMI, disse esta quarta-feira a presidente do IGCP.

“O plano de emissões foi alterado em 6.000 milhões de euros: 2.000 milhões vão resultar da redução das reservas de liquidez e 4.000 milhões no aumento das emissões”, disse esta quarta-feira Cristina Casalinho no parlamento, quando questionada pelo deputado do PS João Galamba sobre como será feito o reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nesta quarta-feira, a presidente da Agência de Gestão da Dívida Pública (IGCP) está a ser ouvida na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na qual admitiu a redução da ‘almofada’ financeira para reembolsar o FMI.

Até ao fim do mês de março, segundo avançou a ministra das Finanças, na semana passada, vão ser pagos 6.000 milhões de euros à instituição liderada por Christine Lagarde, acima dos 500 milhões que estavam inicialmente programados.

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Inicialmente na sua intervenção no parlamento, Cristina Casalinho recordou que as necessidades de financiamento este ano são de 11.000 milhões de euros, dos quais 6.000 milhões decorrem do défice e 5.000 milhões do financiamento a empresas públicas.

A presidente do IGCP acrescentou ainda que está prevista para este ano a amortização de 7.000 milhões de euros de Obrigações de Tesouro (OT) e de EMTN (European Medium Term Notes), este último que vence em março.

“Para o resto do ano, temos emissões de 5.000 milhões de euros e temos previsto 600 milhões de euros da arrecadação dos CA [Certificados de Aforro] e CT [Certificados de Tesouro] e emissões adicionais de 8.900 milhões de euros”, afirmou a presidente do IGCP, acrescentando que “a expectativa de saldo de reservas financeiras no final do ano é de 8.500 milhões de euros”.