O Novo Banco registou 467,9 milhões de euros em prejuízos entre 4 de agosto e 31 de dezembro, informou esta segunda-feira o banco liderado por Eduardo Stock da Cunha, prejudicado pela desvalorização das ações da PT SGPS em bolsa e pelo registo de provisões contra crédito em risco. O presidente do banco diz que a questão do valor do banco lhe ocupa “5% das preocupações do dia-a-dia”. E quanto vale? “Vale aquilo que derem por ele”, diz o gestor.

“Não sei quanto vale o Novo Banco, mas como se diz lá em casa, vale aquilo que derem por ele”, referiu Stock da Cunha na apresentação de resultados de 2014 aos jornalistas em Lisboa. O presidente do Novo Banco adiantou que a questão do valor da instituição financeira não lhe ocupa “5% das preocupações do dia-a-dia”, acrescentando que, desde que chegou ao banco, a sua preocupação tem sido criar valor e não estar a pensar “no processo de venda”.

Apesar disso, Stock da Cunha referiu que “há uma perceção muito grande de que o Novo Banco é muito mais sólido e mais forte do que há uns meses atrás”, ressaltando, no entanto, que não se deve pronunciar sobre a venda: “essas perguntas devem ser dirigidas à Rua do Comércio [Banco de Portugal]”, disse.

O banco colocou de parte provisões de 699,1 milhões de euros, com as imparidades decorrentes das participações na Portugal Telecom/Oi a atingirem de 108,4 milhões de euros. Desse total de 699,1 milhões, 378,1 milhões são relativos a crédito, 199,7 milhões para títulos. E porquê tantas provisões contra crédito de risco? Pelo facto de a economia portuguesa e europeia ainda não terem entrado num ciclo de crescimento mais vigoroso, propiciador de um ambiente atrativo de investimento e de redução do desemprego”, que não permitiu que se verificasse uma inversão dos índices de risco, lê-se no comunicado.

No quarto trimestre, a carteira de depósitos o banco registou uma recuperação para 4,2 mil milhões de euros, um sinal da “confiança dos clientes no Novo Banco e da retoma da normalidade operacional”. O rácio de solvabilidade da instituição (Common Equity Tier I) desceu e fixou-se nos 9,6% e a liquidez melhorou, com o rácio de transformação a atingir 126% – era de 155% a 30 de setembro de 2014. O produto bancário comercial situou-se nos 444,5 milhões de euros e os custos operativos caíram 5,8% no quarto trimestre, para 368,6 milhões de euros.

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