O presidente da UEFA, o francês Michel Platini, qualificou de “esclavagismo” a propriedade dos direitos económicos dos jogadores por terceiros, nomeadamente fundos de investimento, algo que a FIFA vai proibir gradualmente a partir de maio.

“Fiz greve em 1972 para que o jogador fosse livre, para que pertencesse a si mesmo. Hoje, ver jogadores que pertencem um braço a uma pessoa, uma perna a uma sociedade de fundos sediada sabe-se lá onde e o pé a uma terceira pessoa… Acho que é vergonhoso, acho que regressámos a uma forma de esclavagismo de tempos passados”, afirmou Platini.

O antigo internacional francês respondia a uma questão colocada por Laurent Blanc, técnico do Paris Saint-Germain, numa sessão de perguntas e respostas com adeptos, jogadores e treinadores através do Youtube.

“Fiz uma grande pressão sobre a FIFA para travar a propriedade de jogadores por terceiros. A FIFA, na última reunião do comité executivo, aceitou travar completamente essa prática. Coloquei a FIFA perante as suas responsabilidades, ela assumiu as suas responsabilidades, mas devemos ir mais longe”, afirmou o líder do futebol europeu.

Em março de 2014, durante um congresso da UEFA, Platini lançou um apelo ao suíço Joseph Blatter, presidente da FIFA, para que tivesse a “coragem política” de tratar da questão propriedade dos jogadores por terceiros, considerando-a um “grave perigo” para o futebol.

Seis meses depois, o comité executivo da FIFA tomou a decisão de proibir esta prática, iniciando-se a partir de maio um período de transição até que a interdição seja aplicada em pleno.

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