Foram várias as companhias aéreas que, ao longo desta quinta-feira, anunciaram o reforço das medidas de segurança dentro dos cockpits. As novas medidas surgem na sequência do anúncio feito esta manhã pelo procurador francês, Robin Price, de que o copiloto do voo 320 da Germanwings ter-se-á trancado na cabine e provocado a queda do avião.

A companhia aérea canadiana Air Transat foi a primeira a anunciar o aumento das medidas de segurança. A partir desta quinta-feira, a Transat passará a impor a presença de mais uma pessoa dentro da cabine sempre que um dos pilotos se ausentar, à semelhança do que já acontece nos Estados Unidos da América.

Seguindo o exemplo da transportadora, a ministra dos transportes canadiana, Lisa Raitt, anunciou que todas as companhias aéreas do Canadá passarão a ser obrigadas a manter sempre dois tripulantes dentro do cockpit, refere a agência noticiosa do país.

Ao anúncio da Air Transat, seguiram-se os das companhias aéreas norueguesa Norwegian e islandesa Icelandair, que escolheram adotar a mesma medida. Também a companhia low cost EasyJet anunciou, no Porto, que vai implementar a mesma norma de segurança.

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André Soares, porta-voz da TAP, disse ao Observador que a companhia aérea “cumpre escrupulosamente toda a regulamentação nacional e internacional nesta matéria e adota as práticas seguidas pela esmagadora maioria das companhias aéreas, que resultam da experiência acumulada em décadas de operações de voo”. “Obviamente, o sucedido obriga a TAP a uma reflexão interna, bem como implica uma cuidada análise por parte de toda a indústria do transporte aéreo globalmente considerada e das associações e autoridades do setor, de forma a que sejam adotadas as medidas necessárias e adequadas à garantia de segurança de voo”, acrescentou.

Nos Estados Unidos, a regulamentação não permite que um membro da equipa de pilotagem fique sozinho na cabine. No caso da ausência de um dos pilotos, um dos tripulantes de cabine tem de permanecer dentro do cockpit, de modo a evitar que eventuais acidentes possam acontecer. Mas, na Europa e noutros países, não existe nenhuma regra deste género.

Contactado pelo Observador, Álvaro Correia Neves, diretor do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA), explicou que algumas companhias aéreas europeias já implementaram esta regra, mas que não é obrigatório. De acordo com o Guardian, a Lufthansa não é uma dessas companhias.

Álvaro Neves acredita que a Associação Europeia de Linhas Aéreas (AEA) deverá adotar futuramente alguma medida semelhante.

Atualizado com novas informações da TAP às 22h35.