A Lufthansa veio agora admitir que Andreas Lubitz informou a companhia aérea em 2009 de que tinha atravessado um “episódio de depressão grave”. Segundo a CNN, a informação sobre o estado do copiloto foi enviado pelo próprio, por correio eletrónico, para a escola de formação de pilotos da Lufthansa, em Bremen. Mas depois, o copiloto recebeu um certificado médico que atestava um estado saudável para voltar a voar.
A companhia aérea não quer, contudo, comentar a mais recente notícia do trágico acidente. “A Lufthansa vai continuar a apoiar plenamente as investigações das autoridades”, diz a Procuradoria de Dusseldorf. E acrescenta que não pode fazer declarações adicionais, sob o risco de comprometer as investigações.
Até este momento, a Lufthansa tinha afirmado que não tinha qualquer conhecimento sobre os problemas de saúde mental de Andreas Lubitz. No início da semana, os responsáveis pela investigação relevaram que, afinal, o copiloto responsável pelo acidente com o Airbus 320 recebeu tratamento psicoterapêutico antes de se tornar piloto por “tendências suicidas”.
“O copiloto estava a fazer tratamento de psicoterapia desde há bastante tempo, antes mesmo de conseguir a licença para pilotar, por serem observadas tendências suicidas”, disse o procurador Christoph Kumpa, e acrescentou que não há indicações de que Lubitz estivesse fisicamente doente no dia do acidente. Ainda assim, Andreas Lubitz foi seguido por médicos durante muito tempo, sem que fossem encontrados novos sinais de agressividade.
Os últimos rumores afirmam que o copiloto consumia medicação para uma depressão longa que podia pôr um ponto final à sua carreira. Segundo o jornal Bild, os detetives responsáveis pela investigação encontraram receitas não aviadas para antidepressivos, uma informação que o procurador não quis confirmar nem desmentir.
O copiloto terá rasgado a decisão dos médicos que o declarava inapto para trabalhar no dia do acidente, o que sugere que o alemão tentou esconder o diagnóstico. Que incluía ainda o risco de descolamento da retina.
Entretanto, François Hollande avançou que a identificação dos corpos das vítimas do acidente do Airbus 320 deverá estar terminada até ao final da semana. As identidades têm sido conseguidas através de análises de ADN, “um trabalho científico excecional que permitirá às famílias fazerem o seu luto”, acrescenta o presidente francês.