Afastado da Taça de Portugal e da Taça da Liga e a três pontos do líder Benfica, que ainda tem de visitar, na I Liga, o conjunto comandado pelo espanhol Julen Lopetegui e construído com o maior investimento dos últimos anos tem tido na ‘Champions’ o seu refúgio.

Frente a um adversário claramente favorito – como, há 28 anos, na final de Viena, que valeu o primeiro título europeu aos portistas (2-1) -, o FC Porto apresenta números bem consistentes na Europa, embora ainda não tenha defrontado qualquer ‘colosso’. Com efeito, um percurso sem qualquer derrota, 21 golos marcados (e quatro bolas nos ferros), média de 59 por cento de posse de bola e 121 remates são números invulgares e que ombreiam com os melhores da competição, justificando a primeira qualificação para os ‘quartos’ em seis anos.

Aliás, se passar, esta será a segunda vez que o conseguirá na ‘era Champions’, depois de em 2003/2004 ter afastado o Lyon, sob o comando de José Mourinho, e arrebatado o título, em Gelsenkirchen, com um triunfo por 3-0 face ao Mónaco.

Na presente edição, o FC Porto tem tido no ponta-de-lança Jackson Martinez e no criativo argelino Yacine Brahimi, ambos com cinco golos (mais um cada qual no ‘play-off’), as suas maiores referências. O problema é que o colombiano está sem competir há várias semanas por lesão e deve falhar a primeira mão, enquanto o argelino anda ‘desaparecido’ desde a participação na Taça das Nações Africanas (CAN).

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O trajeto do FC Porto na prova começou no ‘play-off’, frente aos franceses do Lille, que o conjunto de Julen Lopetegui afastou com dois triunfos (1-0 fora e 2-0 em casa), para, depois, ‘passear’ na fase de grupos. Face ao Shakhtar Donetsk, aos espanhóis do Athletic Bilbau e aos bielorrussos do BATE Borisov, os portistas conquistaram o Grupo H, com 14 pontos, mercê de quatro triunfos e dois empates, ambos face aos ucranianos, segundos, com nove.

Nos oitavos de final, a sorte também sorriu aos ‘dragões’, que encontraram pela frente o modesto Basileia, de Paulo Sousa, ultrapassado com um empate a um tento na Suíça e uma goleada por 4-0 no Porto. Ao somar um triunfo e uma igualdade com o Basileia, o conjunto luso passou a ser o único invicto na prova – Bayern, Real Madrid, FC Barcelona e Paris Saint-Germain somam um desaire -, da qual o Chelsea, de José Mourinho, saiu sem perder, ao cair nos ‘oitavos’ face ao Paris Saint-Germain.

Agora, perante o Bayern Munique, a eliminatória começa no Estádio do Dragão, onde a equipa de Lopetegui falhou nos ‘grandes’ jogos, com derrotas frente a Benfica (0-2), para o campeonato, e Sporting (1-3), que ditou o afastamento da Taça de Portugal.

Repetir o passado e recrear as suas mais memoráveis noites parece a única forma de FC Porto poder surpreender o conjunto bávaro, orientado por Pep Guardiola, colega de equipa de Lopetegui no FC Barcelona (1994 a 1997).