A greve na CP cancelou 129 dos 261 comboios programados para circular esta madrugada, entre as 00h e as 8h. Os números foram divulgados pelos sindicatos, enquanto a administração da empresa se mantém em silêncio.

Segundo o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), José Manuel Oliveira, a adesão à greve é de 75%, no que diz respeito à CP e Refer. Estes são valores substancialmente superiores aos indicados pelas empresas.

“Na CP e Refer, temos uma adesão de 75%, mas na EMEF e CP Carga estamos a prever uma adesão muito superior”, disse, acrescentando que ainda estão ser reunidos mais dados sobre a paralisação.

A greve para contestar a fusão da Estradas de Portugal (EP) e da Refer na Infraestruturas de Portugal teve uma adesão de 0,7% e de 7,58% respetivamente, anunciaram as administrações das empresas em comunicado conjunto.

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“Feita a contabilização da adesão à greve marcada por alguns sindicatos da função pública e do setor ferroviário”, a administração das empresas considera que “no universo das duas empresas que integrarão a Infraestruturas de Portugal, a adesão a greve não foi significativa”. No mesmo comunicado, lê-se que “os efeitos que se verificaram na circulação tenderão a ser minimizados durante o dia”.

Se a greve não teve impacto na atividade da EP, cenário diferente acontece com a gestora da rede ferroviária, em que o protesto contra a decisão do Governo de concentrar as empresas está a causar perturbações e supressão na circulação dos comboios, que ainda assim está a realizar-se num número maior do que os incluídos nos serviços mínimos.

A greve desta quinta-feira abrange trabalhadores de cinco empresas — CP, CP Carga, Refer, EMEF e Estradas de Portugal (EP), que contestam a privatização da CP Carga e da empresa de manutenção ferroviária (EMEF), a fusão da EP com a Refer e a concessão de linhas da CP.

Há uma semana, o Governo aprovou em Conselho de Ministros a fusão da Estradas de Portugal e da Refer na Infraestruturas de Portugal, que será uma realidade a 1 de maio ou a 1 de junho, dependendo da promulgação do diploma pela Presidência da República.