O antigo presidente do BCP, Jorge Jardim Gonçalves, defendeu esta quinta-feira durante um encontro de gestores que o grupo financeiro se deveria fundir com o BPI, para os dois formarem “uma instituição financeira de peso”.

“Defendo a fusão [entre os dois bancos] e fui espontâneo, ninguém me deu recado”, comentou em declarações à Lusa, no final de um encontro organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas, no auditório da SRS, em Lisboa.

“Entendo que uma instituição só se projeta no mundo e só é útil ao seu país de origem quando efetivamente tem acionistas de referência mas não dominantes”, acrescentou Jardim Gonçalves, referindo que juntando os dois bancos, “há lugar para os acionistas que são importantes permanecerem e para esta instituição que é de Portugal, internacionalmente, dar oportunidade para emprego qualificado a portugueses e não portugueses”.

O ex-gestor do BCP comentou também de forma crítica, referindo-se a “monopólios” de opinião, a atuação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, nomeadamente na questão dos offshores do grupo financeiro.

“A CMVM disse que os offshores do BCP foram para o aumento do capital, mas quando fez a acusação formal não introduziu essa questão, porque verificou que os offshores não foram ao aumento de capital”, referiu, sublinhando que, no entanto, isso não foi corrigido publicamente. “Há uma ditadura da palavra”, concluiu.

 

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