A Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) defende que “a questão dos aditivos é comercial”, realçando que “se fossem mesmo necessários, as marcas de automóveis exigiam a sua inclusão na norma europeia”.

“Todo o combustível vendido em Portugal respeita a norma europeia da qualidade, que é a norma mais exigente do mundo”, destaca o organismo público, que gere as reservas nacionais de petróleo e monitoriza o mercado dos combustíveis, sendo esta a principal mensagem de uma campanha de sensibilização que será lançada na próxima semana junto dos condutores.

Para o organismo liderado por Paulo Carmona, “a questão dos aditivos é uma questão comercial”, realçando que “se os aditivos fossem mesmo necessários as marcas de automóveis exigiriam a sua inclusão na norma”.

A campanha de sensibilização da ENMC, tutelada pelo Ministério da Energia, surge como resposta aos que dizem que os combustíveis simples, que desde 17 de abril são comercializados por todos os postos de abastecimento nacionais, têm qualidade inferior.

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A DECO – Associação de Defesa do Consumidor – também tem defendido que os combustíveis sem aditivos têm a mesma qualidade dos aditivados.

“Não há nada a temer em relação à qualidade dos combustíveis simples”, defende a associação, baseando-se num teste, realizado ‘às cegas’ em dezembro de 2012, batizado “Igual ao Litro”.

Na altura, quatro automóveis iguais percorreram o mesmo percurso diário, num total de 12.000 quilómetros, com quatro variantes de gasóleo (dois simples, um regular e um ‘premium’), e, no final, foi semelhante a acumulação de depósitos e no desgaste do núcleo vital do motor.

“Não existem diferenças entre os combustíveis a não ser no preço”, garantiu recentemente à Lusa Vítor Machado, coordenador de centro de produtos e serviços da DECO, aliás o que motivou uma reclamação na ASAE por publicidade enganosa.

Na semana passada, o ministro da Energia, Moreira da Silva, defendeu no Parlamento que a introdução dos combustíveis simples representará uma poupança anual de 200 milhões de euros na fatura dos portugueses, considerados os atuais níveis de consumo.

“Desvalorizar três cêntimos [por litro] é não estar em linha com as preocupações dos portugueses. Trata-se de 200 milhões de euros por ano que serão poupados aos consumidores”, declarou Moreira da Silva na comissão de Economia e Obras Públicas na passada terça-feira.