As embarcações da pesca do cerco dos portos de Peniche e Nazaré recomeçam esta segunda-feira a capturar sardinha, depois de suspenderem a atividade desde 08 de abril para melhor gestão dos limites de pesca existentes até ao final deste mês.

“Vamos retomar com limitações diárias inferiores àquelas que foram definidas no despacho do secretário de Estado. Estamos com limitações de quatro toneladas/dia para as embarcações maiores e duas para as mais pequenas”, disse Humberto Jorge, presidente da cooperativa OP Cerco, à agência Lusa.

Da quota de 4.000 toneladas estabelecida para os meses de março a maio, os armadores associados da OP Centro, que abrange os portos de Peniche e Nazaré, têm direito a pescar 414 toneladas.

“É uma medida de precaução para não chegarmos ao final de maio, quando a sardinha já tiver uma maior valorização, sem quota para pescar, senão corríamos o risco de pescar tudo e em maio tínhamos de parar”, explicou.

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A pesca da sardinha esteve suspensa de meados de setembro devido à proibição de captura por esgotamento da quota e, depois, ao período de defeso biológico, por alegada escassez do recurso e para melhor gestão do stock de pesca.

Naqueles portos, a OP Centro decidiu retomar apenas a 06 de abril, mas três dias depois veio de novo a suspendê-la até 3 de maio.

O dirigente adiantou que, nesses quatro dias, foi capturado um volume de pescado equivalente a 5% da quota atribuída, quando existe, até ao final de maio, um limite quatro mil toneladas de sardinha a nível nacional, cerca de três toneladas diárias por embarcação.

“É problemático, porque, a continuar assim, esgotamos a quota para maio e perdemos a oportunidade de, nessa altura, conseguimos preços mais altos”, explicou Humberto Jorge.

O Sindicato dos Pescadores do Centro, que abrange pescadores dos portos da Ericeira, Peniche, Nazaré e Figueira da Foz, defendeu para este ano a paragem excecional da pesca da sardinha até ao final de maio e apoios aos pescadores e embarcações durante esse período.

Em Peniche e Nazaré, existem 22 embarcações, que empregam cerca de três centenas de pescadores.