Marinho e Pinto, candidato à presidência do Partido Democrático Republicano (PDR), desafiou hoje o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a colocar Dias Loureiro nas listas do PSD para ver a resposta do eleitorado português.

Em declarações à agência Lusa, por ocasião de uma reunião com os núcleos concelhios no Algarve, em Albufeira, para preparar o primeiro congresso do PDR, Marinho e Pinto criticou Passos Coelho por ter elogiado Dias Loureiro durante o último debate quinzenal da Assembleia da República, mas também o PS pelo programa económico que apresentou ao país.

Marinho e Pinto explicou que a reunião com os núcleos do partido no Algarve serviu para preparar o Congresso do PDR, de 24 de maio, no qual vai apresentar a sua candidatura à liderança do partido e que contará com elementos convidados do Partido Democrático Europeu.

“O que digo ao dr. Passos Coelho é que, se ele acha que Dias Loureiro é um homem com essas qualidades todas que ele apresenta, candidate-o nas listas do PSD, apresente-o ao país nas listas do PSD para ver a resposta que vai ter do país”, afirmou o antigo bastonário da Ordem dos Advogados.

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Marinho e Pinto considerou que, à semelhança de “muitas outras pessoas no PSD, e em Governos anteriores e até na presidência da República”, Pedro Passos Coelho “deve muito a pessoas como Dias Loureiro” e as suas declarações foram “uma forma de manifestar gratidão, não pelo bem que fez ao país, mas pelo bem que fez a algumas pessoas no PSD”.

“E talvez o senhor primeiro-ministro tenha sido das pessoas beneficiadas por pessoas como Dias Loureiro e outros semelhantes”, acrescentou Marinho e Pinto. Considera que Dias Loureiro “foi um homem que construiu uma fortuna gigantesca sempre no exercício de funções políticas e nunca foi empresário”.

Quando “Passos Coelho admira e enaltece publicamente”, fica claro “o que ele pretende e o que o move na política portuguesa”. O candidato à presidência do PDR criticou ainda o programa económico do PS apresentado por economistas, considerando que o mesmo “resolveu mais um problema do PS do que pretende resolver problemas do país”.

“O programa, no fundo, o que nos diz é que vamos gastar dinheiro e depois logo se vê como se vai arranjar maneira de pagar. Primeiro fazemos despesa e depois logo se vê como vamos pagar”, afirmou, desafiando os socialistas a submeterem as suas propostas “à avaliação de um órgão tecnicamente independente, como é a unidade de apoio técnico ao Orçamento do Estado da Assembleia da República”. “Acho que o PS devia ser mais sério na sua atuação política do que o que foi neste caso”, concluiu.