O novo Museu Nacional dos Coches, que é inaugurado a 23 de maio, data da celebração dos 110 anos de existência da instituição, vai apresentar 40 coches do século XIX provenientes do núcleo de Vila Viçosa.

As instalações do novo museu, em Belém, foram hoje apresentadas aos jornalistas, numa conferência de imprensa seguida de visita guiada pelo arquiteto Ricardo Bak Gordon, também envolvido no projeto desenhado pelo arquiteto brasileiro, já premiado com o Pritzker, Paulo Mendes da Rocha.

Na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, disse que foi feita uma estimativa de 350 mil visitantes por ano – “mas deve ser superior”, por possuir “uma coleção única no mundo”, como é destacado por especialistas, segundo o responsável governamental.

“Preferimos tomar em conta valores mais baixos e pensar num cenário mais conservador, em vez de esperar números mais altos e depois não serem atingidas essas metas”, justificou.

Barreto Xavier acrescentou que, com base nas estimativas, o orçamento anual dos dois museus dos coches – o antigo, que vai continuar a funcionar, e o novo – vai atingir 2,7 milhões, um valor inferior ao anteriormente anunciado, de 3,3 milhões, devido à perspetiva conservadora.

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O Estado irá manter um apoio de 500 mil euros, e o restante orçamento será pago pelas receitas de bilheteira (40 por cento serão gratuitas), mecenato e participação de privados.

“Não há hoje nenhum museu internacional que não tenha a participação de privados”, argumentou o secretário de Estado da Cultura sobre o futuro modelo de gestão.

O novo museu custou ente 39 e 40 milhões de euros, “financiado quase exclusivamente pelas verbas do casino, através do Turismo de Portugal”, num empreendimento “decidido pelo anterior governo”, do PS.

“As obras estavam praticamente concluídas em 2012, mas os anos de crise, a partir de 2011, impediram uma abertura mais célere. Quisemos abrir nesta data especial dos 110 [anos] de existência do museu, fundado pela rainha D.Amélia”, sublinhou Jorge Barreto Xavier.

Ficam por fazer a ponte pedonal, que liga o museu ao outro lado, sobre a avenida da Índia e a linha ferroviária, que ficará concluída até meados de 2016.

No entanto, o tutelar da cultura no Governo disse que o museu “pode funcionar sem esta infraestrutura” e, por outro lado, “tem de abrir e ser usufruído enquanto existe a garantia da obra, de contrário os eventuais defeitos do edifício não poderão ser detetados através do seu uso”.

Quanto ao vasto espaço público existente por debaixo do museu, que assenta sobre pilares os seus dois pisos, “vai servir para vários eventos, incluindo realizados por privados”, disse o secretário de Estado.

Sobre o valor dos bilhetes, Jorge Barreto Xavier escusou-se a adiantar, por agora, os preços, justificando que precisa ainda de obter a aprovação da ministra das Finanças, até ao final desta semana, e depois será divulgado.

Indicou, no entanto, que haverá três modalidades de bilhetes: uma para visitas de ambos os museus e mais duas para visita de cada um dos museus – o que se mantém no Picadeiro Real, com menos peças, e o novo, que vai acolher um total de 78 coches.

No fim de semana de abertura, a 23 e 24 de maio, as entradas serão gratuitas, indicou ainda o responsável.

A diretora do Museu dos Coches, Silvana Bessone, sublinhou que o museu vai ter a novidade de apresentar ao público “um percurso na História dos transportes reais desde o século XIV ao século XIX”.

Sobre a informação prestada ao público, serão criadas legendas em português, francês, inglês, espanhol e, mais tarde, em mandarim.