Pelo menos 43 pessoas morreram na sequência de um ataque a um autocarro na cidade de Karachi, no sul do Paquistão, refere a Associated Press. Entre as vítimas mortais encontravam-se 16 mulheres.

O autocarro viajava em direção a um centro comunitário para muçulmanos ismaelitas quando foi abordado por um grupo de seis homens armados, que seguiam em três motas. Um deles usava um uniforme da polícia, garantiu uma testemunha. Depois de pararem o veículo, os atacantes entraram no seu interior e “começaram a disparar indiscriminadamente”, disse à France-Presse fonte da polícia. “Depois tentaram perceber se alguém tinha sobrevivido”.

O veículo de transporte, com capacidade para 52 passageiros, estava sobrelotado com dezenas de pessoas, a maioria delas pertencente à minoria xiita ismaelita. De acordo com o chefe da polícia local, Ghulam Haider Jamali, 13 passageiros ficaram feridos. Os sobreviventes foram transferidos para o Centro Médico Memon, em Karachi.

De acordo com a televisão paquistanesa, a polícia está no encalço dos seis suspeitos. O ataque foi reivindicado pela Jundullah, uma fação da Tehrik-i-Taliban Pakistan, o grupo talibã paquistanês, que entrou em contacto com a Associated Press. Um alegado porta-voz do grupo terrorista, Ahmad Marwat, disse à agência noticiosa que os “infiéis eram o alvo”.

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Ghulam Haider Jamali considerou os atacantes “extremistas e terroristas”. “São as mesmas pessoas que têm realizado atos de terrorismo”, referiu. O ataque já foi também condenado pelo primeiro-ministro paquistanês, que o classificou como “uma tentativa para instalar o caos”.

Há muito que os talibãs e outros grupos extremistas sunitas são uma presença assídua na região. Esta já não é a primeira vez que uma minoria xiita é alvo de um dos seus ataques. Apesar disso, é raro atacarem comunidades ismaelita, uma pequena minoria que reside maioritariamente na zona sunita do Paquistão. “São pessoas inocentes”, disse Qaim Ali Shah, responsável pela província de Sidh. “Lamentamos muito este acidente terrível”.

O incidente foi o mais mortal desde dezembro, altura em que um ataque talibã causou a morte de 150 pessoas numa escola em Peshawar, no norte do país. Há mais de uma década que os talibãs lutam para derrubar o governo paquistanês e impôr uma versão mais dura da lei islâmica. Os ataques sucessivos já mataram milhares de pessoas.