Há militares portugueses a servir no Iraque, mas as notícias estão a chegar de Espanha. A bandeira portuguesa foi hasteada no Iraque no domingo e como é que sabemos? Através do site do Estado-Maior de Defesa de Espanha.

A bandeira foi hasteada na base “Gran Capitán”, em Besmayah, Iraque, e o contingente português que integra a base espanhola é identificado como “Secção Viriato”. No site espanhol do organismo, que é equivalente ao Estado-Maior General das Forças Armadas, lê-se que os 30 membros do exército português chegaram à base para reforçar o contingente espanhol, a 13 de maio.

“Os soldados portugueses vieram reforçar os legionários espanhóis, tanto nos trabalhos de treino como nas tarefas operacionais, logísticas ou relacionadas com serviços como assistência médica”, lê-se no site espanhol.

De acordo com o Operacional, site que se debruça sobre temas relacionados com a Defesa Nacional e as Forças Armadas e de Segurança, os militares portugueses ficaram a saber da cerimónia de hastear da bandeira portuguesa através deste site do Estado-Maior de Defesa espanhol.

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O Operacional assinala ainda “três aspetos no mínimo curiosos”: a referência a Nossa Senhora de Fátima no texto espanhol, o detalhe com que os espanhóis identificam as diferentes especialidades dos militares portugueses – “algo sempre mantido em segredo por cá” – e a designação pela qual o contingente português é conhecido: “Secção Viriato”.

“A comandar o grupo, que na sua maioria são membros da Unidade de Comandos de Portugal, está o comandante Manuel António Paulo Lourenço, um militar com uma ampla formação e experiência em missões internacionais. É completado por cinco paraquedistas, dois artilheiros e dois de operações especiais e um de cavalaria”, lê-se no site espanhol.

A missiva portuguesa partiu para integrar a Coligação Internacional de Combate ao Estado Islâmico (DAESH) a 6 de maio, para ajudar a treinar o Exército iraquiano. Contudo, vai fazê-lo sob as ordens de um militar espanhol. É a primeira vez que militares portugueses respondem diretamente a Espanha.

Antes da partida, fonte oficial do Exército confirmou ao Observador que os militares portugueses vão “trabalhar em conjunto com um grupo de formadores que inclui militares espanhóis e americanos, enquadrado por Espanha”.