O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou este sábado que o programa eleitoral da coligação não deverá conter uma solução “muito definida” para as pensões para não comprometer um futuro entendimento com o PS sobre a reforma da Segurança Social. O chefe do Governo ressalvou, à margem de uma visita à Expo Trás-os-Montes, em Bragança, que ainda não sabe responder sobre eventuais cortes nas pensões porque PSD e CDS-PP ainda estão a preparar dentro da coligação essa discussão.
Porém, adiantou que “é pouco provável que haja uma solução muito definida”, na medida em que defende que qualquer proposta pré-eleitoral não deve “comprometer a possibilidade de construir uma solução alargada”. Depois dos chumbos do Tribunal Constitucional a proposta do Governo, Pedro Passas Coelho, entende que “manda a prudência que não se comprometa o resultado do entendimento que se terá de estabelecer”, declarou.
“Sabemos nesta fase o Partido Socialista, até às eleições, não quer qualquer entendimento seja sobre o que for, mas espero que, depois das eleições, isso se altere porque a Segurança Social e os contribuintes atuais, bem como os beneficiários atuais e futuros merecem ter estabilidade e ter segurança na forma como o sistema funciona”, declarou.
Já António Costa vê nas palavras de Passos uma falta de coragem em assumir a política que quer ver implementada. “Não têm coragem de escrever preto no branco aquilo que verdadeiramente querem fazer com a Segurança Social”, acusou, num encontro com militantes em Braga.
“Não vale a pena querermos ser simpáticos. A ministra das Finanças não disse gaffe nenhuma”, defendeu Costa, para quem Maria Luís Albuquerque “foi mesmo a única que falou com sinceridade” relativamente a este assunto.
Por seu turno, o primeiro-ministro vincou que o Governo se comprometeu, “dentro do Programa de Estabilidade que apresentou em Bruxelas, com um resultado que ajude a equilibrar o orçamento da Segurança Social e alguma medida terá de ser encontrada nesse sentido”.
“Já o repeti várias vezes: temos um problema, não vale a pena fazer de conta, temos de o resolver, a melhor forma de o fazer é num entendimento alargado”, insistiu.