O Ministério Público (MP) abriu um inquérito por violação de segredo de justiça depois de ter visto publicada na imprensa a transcrição de um dos interrogatórios feitos a José Sócrates no âmbito da chamada “Operação Marquês”. Em resposta a uma pergunta do Observador, a Procuradoria Geral da República (PGR) informou que “0 Ministério Público, sempre que tem conhecimento de factos suscetíveis de integrarem o crime de violação de segredo de justiça, procede à instauração do respetivo inquérito”.

Assim, “na sequência da publicação de transcrições de um interrogatório levado a cabo no âmbito da denominada ‘Operação Marquês’, o Ministério Público decidiu abrir um inquérito por violação de segredo de justiça”, refere ainda a PGR.

A descrição detalhada do último interrogatório a José Sócrates, que decorreu a 27 de Maio, foi publicada na edição desta semana da revista Sábado. Nela se podem ler as perguntas do procurador do Departamento Central de Investigação Criminal, Rosário Teixeira, e as respostas do ex-primeiro ministro.

“É mais um inquérito”

Contactado pela agência Lusa, o advogado de José Sócrates, João Araújo, declarou que o “único comentário” que tinha a fazer à decisão do MP, de investigar aquela violação do segredo de justiça, é o de que “é mais um inquérito”.

“Nós estamos muito surpreendidos com esta violação do segredo de justiça, que não é habitual, não sei se o MP vai conseguir descobrir o autor da fuga”, ironizou João Araújo.

José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, encontrando-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora. O ex-primeiro ministro está indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, sendo o único arguido ainda em prisão preventiva neste processo, depois de o empresário Carlos Santos Silva ter passado a prisão domiciliária, com pulseira eletrónica, no final de maio.

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